Crise entrou em nova fase mas mundo “não está fora de perigo” – FMI

16 de Julho 2020

A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse hoje que a crise provocada pela pandemia entrou numa nova fase, que exige flexibilidade para assegurar "uma recuperação sustentável e equitativa", alertando que o mundo "não está fora de perigo".

As declarações de Kristalina Georgieva foram feitas num texto publicado num blogue, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP), dias antes de uma reunião virtual do G20, presidida pela Arábia Saudita.

No texto, a responsável do FMI anunciou as prioridades: manter, “ou até mesmo alargar”, as medidas de proteção social, continuar a investir dinheiro público para estimular a economia e aproveitar esta “oportunidade única num século” para reconstruir um mundo “mais justo, mais verde, mais sustentável, mais inteligente e acima de tudo mais resistente”.

“Ainda não estamos fora de perigo”, escreveu Georgieva, alertando que uma segunda vaga global da doença poderá levar ao aumento de perturbações na atividade económica. Outros riscos incluem “valores de ativos distorcidos, preços voláteis de mercadorias, aumento do protecionismo e instabilidade política”, avisou.

A responsável da instituição financeira apontou, no entanto, sinais positivos, como os “avanços decisivos na investigação de vacinas e tratamentos [que] poderiam aumentar a confiança e a atividade económica”.

A economista reconheceu ainda assim que “a incerteza” permanece “excecionalmente elevada”.

Os líderes do G20 vão reunir-se num contexto difícil, numa altura em a pandemia continua a progredir, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em 24 de junho, quando publicou as previsões económicas mundiais, o FMI considerou que a recuperação será mais lenta do que o previsto.

As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o FMI a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 579 mil mortos e infetou mais de 13,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

NR/HN/LUSA

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

SNS: Erros do Passado, Desafios do Futuro

Sérgio Bruno dos Santos Sousa
Mestre em Saúde Pública
Enfermeiro Especialista de Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública na ULSM
Gestor Local do Programa de Saúde Escolar na ULSM

Nomeados por Trump representam perigo para Saúde e Segurança

Se forem confirmados pelo Senado, vários dos nomeados pelo presidente eleito Donald Trump para o seu governo representam perigos para a Saúde e Segurança dos Estados Unidos, devido à falta de formação, experiência e promessas alarmantes, disseram à Lusa analistas políticos. 

MAIS LIDAS

Share This