O aplauso surgiu pela voz da responsável do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, numa sessão de partilha sobre o trabalho de grupo de peritos médicos antiepidémico do Governo chinês na Algéria e Sudão, entre 14 de maio e 11 de junho, uma estreia internacional para os especialistas do antigo território administrado por Portugal.
Shen Beili falou na “experiência de sucesso de Macau”, que não regista hoje qualquer caso ativo e que desde o início da pandemia não identificou nem contágios entre profissionais de saúde, nem qualquer surto comunitário.
O facto de a Equipa Internacional de Emergência Médica de Macau ser acreditada desde o ano passado pela Organização Mundial de Saúde e o desempenho no controlo da pandemia no território permitiu que peritos do território integrassem a missão, em conjunto com outros especialistas da cidade chinesa de Chongqing, acrescentou a comissária.
As declarações de Shen Beili surgem depois de no início de julho o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China ter enviado uma carta de agradecimento ao Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
Em ambas as ocasiões, foi destacada a “janela de oportunidade” para a “forte promoção [de Macau] das experiências de prevenção e controlo da epidemia”, num momento em que o Governo da RAEM aposta em conquistar a nível internacional o estatuto de um dos territórios mais seguros no mundo em relação à pandemia de covid-19, uma mensagem que está a ser adotada já na promoção turística.
Na abertura da sessão, as declarações da representante do Governo, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Leong U, e da comissária coincidiram na importância e significado da missão: destacar a imagem de um Estado [chinês] responsável e solidário; e de uma RAEM capaz de mostrar junto da comunidade internacional o sucesso na luta antiepidémica e do princípio “Um País, Dois Sistemas”.
A sessão foi marcada pela partilha das experiências de alguns dos 28 especialistas, que sublinharam os benefícios comuns para a China, Macau e para os dois países africanos, na área da prevenção, tratamento e formação.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 617.500 mortos e infetou mais de 15 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Após mais de 400 anos sob administração portuguesa, Macau passou a ser uma Região Administrativa Especial da China a 20 de dezembro de 1999, com um elevado grau de autonomia acordado durante um período de 50 anos, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa.
NR/HN/LUSA
0 Comments