Estudo revela que excesso de peso e obesidade representam 1,2 mil ME em custos diretos de saúde por ano

20 de Outubro 2021

Diabetes, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Doença Cardíaca Isquémica (DCI) e Doença Renal Crónica (DRC) são as principais patologias relacionadas com a obesidade que mais contribuem para os 1,2 mil milhões de euros de custos diretos em saúde. 

Os valores resultam do estudo “O Custo e Carga do Excesso de Peso e da Obesidade em Portugal”, divulgado esta terça-feira e elaborado pelo Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência (CEMBE) e pela consultora Evigrade-IQVIA, com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) e o apoio da Novo Nordisk Portugal.

Segundo o último Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) do Instituto Ricardo Jorge, aproximadamente dois terços da população adulta portuguesa (67,6%) vive com excesso de peso, sendo que a prevalência de obesidade é de 28,7%.

O estudo hoje conhecido,  mostra que as doenças relacionadas com a obesidade que mais contribuem para os 1,2 mil milhões de euros de custos diretos em saúde são a diabetes, o acidente vascular cerebral (AVC), a doença cardíaca isquémica (DCI) e a doença renal crónica (DRC). É importante realçar que o custo do tratamento destas doenças é 88 vezes superior aos custo do  tratamento da obesidade per se, que ultrapassa os 13 milhões de euros anuais.

De acordo com a investigadora líder do estudo, Margarida Borges, “os números que obtivemos evidenciam que 46% das pessoas que morrem num ano, morrem com doenças relacionadas com a obesidade. Para percebermos melhor a magnitude do problema, e quando olhamos para a perda de mais de 200 000 anos de vida ajustados pela incapacidade, isto significa praticamente o mesmo que  retirar nove dias de vida, por ano, a cada português adulto.” 

“Estes são números avassaladores, que retratam uma verdadeira pandemia não transmissível e  sublinham a urgência de envolvermos ativamente a população na prevenção do excesso de peso e da obesidade e de assegurarmos um diagnóstico precoce e um tratamento adequado das pessoas que vivem com a doença”, conclui. 

Já Paula Freitas, endocrinologista e presidente da SPEO sublinha a importância de uma “resposta eficaz”. “Os números deste estudo reforçam o sentido de urgência de  “recalibrar a balança”,  com maior enfoque na prevenção, no reforço da intervenção dos cuidados de saúde primários, na abordagem multidisciplinar,  no acesso equitativo ao tratamento adequado – cirúrgico e farmacológico e à tolerância zero com o estigma e discriminação de qua ainda são vítimas as pessoas que vivem com obesidade”.

Em 2018, ocorreram 46 269 óbitos por doenças relacionadas com obesidade, o que representa 43% dos óbitos totais ocorridos em Portugal Continental naquele ano.

Segundo a OMS a obesidade é a segunda principal causa de morte no mundo e o maior desafio global de saúde na área das doenças crónicas.

PR/HN/Vaishaly Camões

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