Polacos manifestam-se em várias cidades contra lei do aborto

6 de Novembro 2021

Os polacos manifestaram-se hoje em Varsóvia e em muitas outras cidades da Polónia contra as novas restrições da lei do aborto, que dizem ter levado à morte de uma jovem grávida, com problemas de saúde.

Os manifestantes fizeram retratos da mulher, Iza, de 30 anos, que morreu no hospital em Pszczyna, no sul da Polónia, devido a um choque sético.

A jovem morreu em setembro, mas a sua morte só se tornou conhecida na última semana. Os médicos do hospital adiaram a interrupção da gravidez, de 22 semanas, apesar de o feto não ter líquido amniótico suficiente para sobreviver, dizem a família e o seu advogado.

Os médicos foram suspensos de funções e a justiça está a investigar o caso.

Os ativistas dos direitos das mulheres consideram que Iza foi uma vítima da lei polaca sobre o aborto, que recentemente se tornou mais restritiva.

Além disso, dizem que, agora, os médicos na Polónia, uma nação fortemente católica, ficam à espera que um feto com defeitos graves morra no útero em vez de realizarem um aborto.

Donald Tusk, o antigo líder da União Europeia, que é agora líder da oposição polaca, participou no protesto em Varsóvia, sob o lema “Nem mais uma” mulher a morrer.

Os manifestantes reuniram-se em frente ao Tribunal Constitucional, que, no ano passado, decidiu acabar com a interrupção de uma gravidez por defeitos congénitos do feto, por considerar que esta é contra a Constituição polaca.

A manifestação seguiu depois até ao Ministério da Saúde.

Antes da nova restrição, as mulheres na Polónia só podiam fazer abortos em três situações: se a gravidez resultasse de um crime, como a violação, se a vida da mulher estivesse em risco, ou no caso de defeitos irreparáveis do feto. Esta última possibilidade acabou depois do veredicto do tribunal.

Aqueles que são a favor da nova restrição dizem não ser claro que esta tenha levado à morte da jovem mulher.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

João Paulo Magalhães: É preciso investir na Prevenção, Organização e Valorização dos Médicos de Saúde Pública

João Paulo Magalhães, Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, defende para o próximo Governo três prioridades essenciais para a Saúde Pública: reforço da promoção da saúde e prevenção da doença, modernização e clarificação da organização dos serviços de Saúde Pública, e valorização das condições de trabalho e carreira dos médicos de Saúde Pública

AICEP aprovou investimentos de 300 ME em quatro empresas

A Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP) aprovou um pacote de investimento de mais de 300 milhões de euros, em quatro empresas, criando mais de 1.200 postos de trabalho, adiantou hoje o Governo.

Evoluir o SNS: Reflexão de Luís Filipe Pereira sobre o Futuro da Saúde em Portugal

Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, analisa os desafios estruturais do SNS, destacando a ineficiência do Estado nas funções de prestador, financiador e empregador. Defende a transição para um Sistema de Saúde que integre prestadores públicos, privados e sociais, promovendo eficiência e liberdade de escolha para os utentes.

Doze medidas de Saúde para qualquer novo governo

O Professor António Correia de Campos, Catedrático Jubilado e antigo Ministro da Saúde, aponta doze medidas de Saúde para qualquer novo Governo. Nelas, defende que os programas políticos para as legislativas de 18 de maio devem priorizar a integração das várias redes do sistema de saúde, reforçando a articulação entre hospitais, cuidados primários, cuidados continuados e ERPI. Propõe ainda soluções transitórias para a falta de médicos e aposta na dedicação plena para profissionais do SNS

Eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

Ana Escoval, Professora Catedrática Jubilada da ENSP (NOVA) e vogal da Direção da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, analisa as propostas dos partidos para as legislativas de 18 de maio, destacando a necessidade de inovação, integração de cuidados, racionalização de recursos e reforço da cooperação público-privada como eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights