“Apelamos à população para que não entre em pânico, para que mantenha as medidas de prevenção da Covid-19, usem máscaras, continuem a manter a distanciamento físico e evitando grandes aglomerações”, disse Narciso Fernandes, vice-coordenador geral da Comissão Executiva para a Covid-19 do ministério da Saúde.
Narciso Fernandes, que substituiu a ministra da Saúde nesta conferência de imprensa, por motivos de trabalho, explicou que o novo caso confirmado é um cidadão indonésio de 46 anos, que entrou em Timor-Leste a 22 de julho e que foi de imediato colocado em quarentena em instalações do Estado, nos arredores de Díli.
O homem viajou de avião de Java Central para Kupang, a capital de Timor Ocidental e daí, por carro, com um grupo de cinco outras pessoas, até à fronteira com Timor-Leste.
O grupo fez parte de 105 pessoas que entraram legalmente na fronteira a 22 de julho, a que se somam seis outros que entraram ilegalmente, tendo 83 sido transferidos para cumprirem uma quarentena em instalações do Governo (incluindo em Díli) e 28 para procederem a uma auto quarentena.
A equipa de vigilância epidemiológica realizou testes oito dias depois, a 30 de julho, confirmando o caso positivo.
“Está a ser feito o ‘tracing’ de contactos diretos com o caso positivo. Esta prática é a normalmente utilizada”, referiu, explicando que o homem foi transferido para o Centro de Isolamento de Vera Cruz.
Os dados mais recentes das autoridades indonésias, de segunda-feira, indicam que a província de Nusa Tenggara Oriental, que inclui a metade indonésia da ilha de Timor, era a que registava o menor número de casos de todas as províncias do país, 151 dos mais de 113 mil registados até ao momento no país, com 120 recuperados e uma morte.
Globalmente, no país vizinho, há mais de 70 mil doentes recuperados e mais de 5.300 mortos.
Questionado pela Lusa sobre denúncias relativamente às condições na quarentena em Tasi Tolu, onde estão cerca de 250 pessoas, e aos procedimentos de limpeza, prevenção e distanciamento social, Narciso Fernandes disse que o Governo vai reforçar as regras.
Cidadãos timorenses que estão em Tasi Tolu, nos arredores de Díli, denunciam à Lusa falta de higiene nos quartos, partilha de uma casa de banho por 250 pessoas e falta de equipamentos de proteção pessoal por muitos dos funcionários destacados no local.
“Apesar das limitações, continuaremos a trabalhar. A equipa precisa de reforçar a aplicação das regras na quarentena para assegurar que continua a haver disciplina, para reduzir o risco de uma segunda onda da doença”, disse.
Os últimos dados do Ministério da Saúde mostram que atualmente há 250 pessoas em quarentena em instalações do Estado: 212 em Díli, 31 no enclave de Oecusse e sete em Covalima, a que se somam 144 em auto confinamento, quase todos em Díli.
O Governo realizou já um total de 4.238 testes, estando ao final de segunda-feira, 167 pessoas ainda à espera de conhecer os resultados.
Mais de 2.880 pessoas já completaram a quarentena em Timor-Leste desde que essa medida começou a ser aplicada.
Desde o início da pandemia Timor-Leste registou 25 casos confirmados, dos quais 24 recuperados.
O caso hoje conhecido é o primeiro desde 15 de maio.
LUSA/HN
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