Cuidados intensivos a 62% do limiar crítico, Centro ultrapassa os 100%

18 de Dezembro 2021

O número de doentes de covid-19 em cuidados intensivos corresponde a 62% do limiar crítico de 255 camas, com o Centro a ultrapassar os 100% do nível de alerta, avança a análise de risco da pandemia hoje divulgada.

Segundo as “linhas vermelhas” da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), este valor de 62% para Portugal continental é superior ao verificado na semana anterior, que estava nos 56%.

“Observou-se um número crescente de doentes internados em unidades de cuidados intensivos”, com a região Centro a apresentar maior ocupação, seguida do Norte e do Algarve, adianta o relatório.

Na quarta-feira, o Centro apresentava uma ocupação em cuidados intensivos de 103% (35 doentes) do nível de alerta, o Norte de 76% (57), o Algarve de 74% (17), Lisboa e Vale do Tejo de 43% (44) e o Alentejo de 25% (cinco).

O nível de alerta definido corresponde a 75% do número de camas disponíveis para doentes de covid-19 em medicina intensiva para Portugal continental.

A gestão da capacidade do Serviço Nacional de Saúde pressupõe uma resposta em rede que, no caso da medicina intensiva, significa que as necessidades regionais podem ser supridas com respostas de outras regiões com maior capacidade, refere o documento.

No que se refere à mortalidade por covid-19, a análise de risco da pandemia avança que, na quarta-feira, atingiu os 23,6 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, o que corresponde a um aumento de 8% relativamente à semana anterior e uma tendência crescente.

“Este valor é superior ao limiar de 20 óbitos em 14 dias um milhão de habitantes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), indicando um impacto elevado da epidemia na mortalidade”, alerta o relatório.

A covid-19 provocou mais de 5,33 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.741 pessoas e foram contabilizados 1.215.774 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 77 países de todos os continentes, incluindo Portugal.

LUSA/HN

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