Brasil registou em 2021 o dobro das mortes e contágios de 2020

1 de Janeiro 2022

O Brasil, um dos países mais afetados pela covid-19, sai de 2021 com mais de 619.000 mortes e cerca de 22,3 milhões de casos desde o início da pandemia, divulgou hoje o Conselho Nacional das Secretarias de Saúde (CONASS).

O número de vítimas e infeções foi em 2021 o dobro dos registados em 2020.

Segundo os dados divulgados pelo CONASS, o Brasil registou hoje mais 72 mortes e 10.282 novos casos, acumulando 619.056 óbitos e 22.287.521 infeções desde o início da pandemia no país, em fevereiro de 2020.

Os números acumulados confirmam o Brasil, país com 213 milhões de habitantes, como o segundo com maior número de mortes por covid-19 no mundo, depois dos Estados Unidos, e o terceiro em número de infeções, depois dos norte-americanos e da Índia.

Segundo dados do CONASS, o número de mortos mais que duplicou em 2021, quando 424.107 óbitos foram registados, em comparação com as 194.949 mortes em 2020. Da mesma forma, o número total de casos saltou de 7,67 milhões em 2020 para 14,61 milhões em 2021.

Esse aumento deveu-se ao facto de a segunda vaga de covid-19, que atingiu o pico em abril de 2021 no Brasil, ter sido muito mais virulenta e letal do que a primeira, registada no primeiro semestre de 2020.

No pico da segunda vaga, o país latino-americano registou uma média recorde de 3.124 vítimas por dia (em 12 de abril) e uma média recorde de 77.328 casos diários (em 23 de junho).

Essas médias vêm caindo rapidamente desde julho e hoje o número médio de mortes era de 95 por dia, um dos níveis mais baixos desde abril do ano passado, quando a pandemia estava nas primeiras semanas, e o número médio de infeções era hoje de 8.112 casos por dia.

A média de mortes caiu para 3.090 por dia em 23 de dezembro, mas nos últimos dias voltou a subir devido ao avanço no Brasil da Ómicron, variante menos letal, mas muito mais contagiosa.

Apesar de o Ministério da Saúde só ter confirmado até quinta-feira 128 casos de contágio da doença covid-19 pela variante Ómicron e 298 suspeitas, estudos particulares indicam que a nova variante já é responsável por pelo menos 37% das novas infeções diárias no Brasil e em alguns estados essa percentagem pode chegar a 70%.

A diminuição das mortes e infeções, assim como o avanço mais lento do Ómicron no país relativamente ao que se passa noutros países, como os da Europa, é atribuída ao sucesso da campanha de vacinação, que o Brasil iniciou no final de janeiro deste ano de forma tardia e lenta.

Segundo dados oficiais, cerca de 143,7 milhões de brasileiros já receberam o ciclo completo de vacinação (as duas doses ou a vacina de dose única), o que equivale a mais de 67,5% da população.

LUSA/HN

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Cristina Vaz de Almeida
Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde; Doutora em Ciências da Comunicação — Literacia em Saúde. Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. Diretora da pós-graduação em Literacia em Saúde. Membro do Standard Committee IHLA — International Health Literacy Association.

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