De acordo com a diretora técnica do Centro Rainha D. Leonor, projeto desenvolvido pela Santa Casa da Misericórdia de Oliveira do Bairro, esta resposta abriu portas no dia 02, estando a decorrer a fase da receção de inscrições e avaliação de utentes, que depois serão integrados em diferentes ateliês.
“Os primeiros ateliês arrancam na próxima semana, com três utentes identificados. O Centro tem capacidade para dar resposta em simultâneo a 15 utentes. No entanto, o objetivo é ter a frequência de 50 utentes”, revelou Anabela Carvalho.
Em declarações à agência Lusa, a assistente social explicou que este projeto surgiu após ter sido identificada a falta de resposta no concelho para doentes de Alzheimer e outras demências, bem como para os seus cuidadores.
“Em 2017, candidatámo-nos ao Fundo Rainha D. Leonor, da Misericórdia de Lisboa, para realizar obras de requalificação do espaço que tínhamos e aquisição de equipamento. Recebemos deste fundo de 50 mil euros, sendo o valor global desta obra, que inclui a requalificação do espaço e aquisição de equipamento, de cerca de 150 mil euros”, informou.
Durante o primeiro ano este projeto é financiado pelo POISE, instrumento de financiamento gerido pelo Portugal Inovação Social, contando ainda com o apoio de sete investidores sociais: Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Metalcertima, NCP, Misturas Milenares, Transtdf, Verde Global e Caixa de Crédito Agrícola de Oliveira do Bairro.
“Neste primeiro ano de atividade a frequência dos utentes é gratuita, cabendo às famílias assegurarem o transporte. O nosso objetivo é mostrar que esta é uma resposta necessária e tentar que a Segurança Social assuma este tipo de resposta como uma resposta atípica, pois não queremos de todo um centro de dia tradicional”, esclareceu.
Depois de inscrito, o utente é encaminhado para o ateliê que melhor se adequa às suas necessidades, caso já venha com diagnóstico.
“Nós também fazemos a avaliação e enviamos o utente para diagnóstico. Desde que tenha comprometimento cognitivo, é integrado no Centro, com um plano de intervenção aceite pela família” acrescentou.
A equipa responsável pelos ateliês é composta por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, animadora, psicóloga, psicomotricista e assistente social, contando também com a colaboração do núcleo de investigação do Instituto Politécnico de Leiria, para fazer acompanhamento e avaliação das metodologias.
“O funcionamento deste Centro não pressupõe que o utente esteja cá de segunda a sexta-feira, das 08:00 à 20:00. A intenção é que venham cá para fazer o desenvolvimento específico de determinadas atividades, em ateliês. São encaixados nos ateliês tendo em conta as necessidades específicas de cada um”, evidenciou.
Para além destes ateliês, este Centro tem ainda previsto desenvolver atividades para os cuidadores dos utentes.
“Com grupos psicoeducativos, vamos fazer ações de capacitação ao cuidador, nas áreas em que referirem ter mais dificuldades, bem como grupos de suporte para criar estratégias de lidar com o stress e gestão da doença. Vamos ainda promover atividades nas suas casas, para fazer a avaliação de riscos da habitação”, apontou.
A diretora técnica destacou ainda que os utentes que pretendam frequentar este Centro não podem estar integrados em nenhuma resposta social.
LUSA/HN
0 Comments