“A causa da doença não foi ainda identificada e isso será essencial para que se possa perceber mais. A Organização Mundial de Saúde, e Portugal através da Direção-Geral da Saúde e desse grupo de trabalho que foi constituído com a Sociedade Portuguesa de Pediatria e outras sociedades médicas, está a acompanhar a evolução da situação”, disse Marta Temido.
No Porto, à margem de uma visita à unidade de cuidados intensivos do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), Marta Temido confirmou que em Portugal não foi identificado nenhum caso de hepatite aguda e reiterou a necessidade de saber mais sobre esta doença.
“Será essencial conhecer a etiologia da doença para ter outro tipo de abordagem”, resumiu.
A governante falava aos jornalistas no hospital onde na semana passada esteve internada uma criança com suspeitas de hepatite aguda.
O menino de 21 meses teve alta na sexta-feira e aguardou em casa o resultado de exames que excluíram a hipótese de hepatite aguda e revelaram a existência de três vírus, entre os quais o Influenza A.
Na sexta-feira, num esclarecimento enviado à agência Lusa, fonte do CHUSJ disse que qualquer um dos vírus detetado “pode ter sido a causa da patologia hepática aguda que foi diagnosticada”.
Na semana passada, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, salientou que o Governo “olha com preocupação” para os cerca de 200 casos de hepatite aguda em crianças que têm surgido a nível mundial.
“São cerca de 200 casos a nível mundial, com 20 casos de transplante hepático. De facto, aquilo que devemos fazer neste momento é ter os colegas de medicina geral e familiar e pediatras em grande alerta, para poderem monitorizar, e as pessoas estarem sensibilizadas para alguns sintomas nestas crianças”, referiu o governante.
Na quinta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou que criou uma ‘task force’ de “acompanhamento e atualização” do surto mundial de hepatite aguda em crianças
Esta ‘task force’ terá como missão “o acompanhamento e atualização da situação internacional, a avaliação de risco a nível nacional e a elaboração de orientações técnicas para a deteção precoce de eventuais casos que venham a ser identificados no país”, referiu a DGS em comunicado.
No contexto do surto internacional de “hepatite de etiologia desconhecida”, a DGS constituiu uma ‘task force’ em articulação com o Programa Nacional para as Hepatites Virais e com a Sociedade Portuguesa de Pediatria.
Como medidas contra este surto, a DGS recomenda a higienização das mãos e a etiqueta respiratória.
LUSA/HN
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