“Na África do Sul, por exemplo, uma cobertura vacinal de 40% alcançada num programa de vacinação rápida fornece mais benefícios para a saúde ao longo de um ano do que uma cobertura de 67% alcançada através de um programa de vacinação lento. Em essência, vacinar as populações cedo e rapidamente é crucial”, conclui o estudo, hoje publicado pelos Centros de Controlo de Doenças da União Africana (África CDC).
O estudo, que visa apoiar os governos africanos nas suas decisões sobre a compra de vacinas e os programas de vacinação, especialmente nos países com maiores populações por vacinar, conclui que a imunização tem maior custo-benefício quando se foca nas populações mais vulneráveis, incluindo idosos, grávidas, profissionais de saúde e pessoas com comorbilidades.
“Isto é especialmente verdade em ambientes com baixo risco geral de doença e morte (como em populações mais jovens) e com elevada imunidade natural devido a exposição prévia”, concluem os autores do documento.
Outra conclusão é que a eficácia da maioria das vacinas para prevenir doença grave não varia significativamente, apesar das consideráveis diferenças de preço, pelo que o África CDC recomenda que, para que os programas de vacinação tenham maior custo-benefício, os países devem tentar obter vacinas ao mais baixo preço possível.
O documento baseia-se em estudos de análise epidemiológica e do custo-benefício realizados em 27 Estados-membros da União Africana, suplementados por estudos específicos no Quénia, Nigéria, Etiópia e África do Sul.
O estudo primário avaliou os benefícios para a saúde (normalmente medidos em termos de hospitalizações e mortes evitadas devido à vacinação) em diferentes cenários de distribuição de vacinas (por variação do tipo de vacina, data de início do programa de vacinação, e taxas de implantação de vacinas), em contraste com os custos, tanto os custos diretos da vacinação, quanto os custos mais amplos dos serviços de saúde para lidar com doenças relacionadas com a Covid-19.
A pandemia da Covid-19 já provocou mais de 500 milhões de infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2 e mais de seis milhões de mortes foram atribuídas à doença em todo o mundo.
A vacinação contra a doença começou no final de 2020, mas enquanto nos países ricos quase 75% da população está completamente vacinada, em África apenas 16% da população tem as duas doses iniciais da vacina.
LUSA/HN
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