“O Estado, neste caso o Governo, tem que trabalhar, governar mais numa base de confiança e não de desconfiança, porque por muitas vezes toda esta burocracia que existe, que é imensa, é porque se desconfia”, afirmou Elvira Fortunato, no Porto.
A ministra intervinha numa mesa redonda no Hospital de S. João, dedicada ao tema “63 anos de Medicina e Ciência. Como será o futuro”.
A governante, que considerou que a “máquina administrativa” na Ciência é uma “máquina pesada”, salientou a importância de combater a burocracia naquela área: “Temos que aligeirar isso, não só aos próprios processos administrativos, mas nomeadamente na parte dos projetos científicos, nomeadamente projetos europeus, que são fontes de financiamento que trazem muito dinheiro para Portugal, a execução e toda a burocracia associada a essa execução vai ter que diminuir”, disse, apontando vantagens.
“Eu acho que nós devíamos confiar na comunidade científica, confiar nos investigadores e tentar desburocratizar. Só temos ganhos, porque podemos usar parte do nosso tempo desperdiçado em ‘paper work’ a fazer coisas muito mais interessantes e de valor acrescentado”, referiu.
Ainda sobre o financiamento à Ciência, Elvira Fortunato salientou que “a Ciência evoluiu, a sociedade evoluiu” e que são necessários “outros modelos” para gerir fundos, destacando o papel do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Portugal nunca teve, nem vai ter nas próximas décadas tanto dinheiro. Vamos ter agora a possibilidade de ter financiamento como nunca tivemos, nem vamos ter num futuro a médio prazo. Não só o PRR, mas também os fundos do atual programa quadro PT20/30”, enumerou.
Pelo que, defendeu, “não há desculpa hoje em dia relativamente a não ter dinheiro porque vai haver muito dinheiro”.
“Vamos ter acesso a financiamento para resolver muitos dos problemas que temos agora. Não será por falta de dinheiro que eles não vão ser solucionados”, reforçou.
LUSA/HN
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