Sindicato dos Médicos do Norte denuncia atraso de 5 anos em concurso do Governo

30 de Junho 2022

A presidente do Sindicato dos Médicos do Norte (SMN) denunciou hoje à Lusa “haver muitas dezenas de especialistas à espera desde 2017” pela progressão na carreira, devido à “inércia” da Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS).

Em causa, segundo Joana Bordalo e Sá, está a conclusão do Concurso Grau de Consultor 2017, destinado a “médicos especialistas para progressão na carreira, passando do grau de especialista para o de consultor” e que, para o efeito, são “sujeitos a um exame”.

Na carta enviada a 20 de maio à ACSS e depois “reenviada a 30 de maio”, o sindicato elenca cinco situações que “explicam” a insatisfação do sindicato: a de especialistas em Otorrinolaringologia e de Medicina Interna, que, com provas prestadas em maio de 2021, aguardam desde então pela publicação.

No mesmo documento, lê-se ainda o exemplo de um pediatra, à espera de publicação há 16 meses, de um anestesiologista, que fez prova apenas há três meses e de Medicina Geral e Familiar, cujo candidato aguarda chamada para fazer a prova.

“São muitas dezenas de colegas à espera”, contabilizou a líder sindical.

Joana Bordalo e Sá explicou que o “normal é este processo durar, já com a colocação, cerca de quatro meses”.

“O concurso para consultor abriu em 2017, estamos em 2022 e há colegas que não fizeram exame e outros que, tendo o exame feito, ainda não viram as listas publicadas em Diário da República e, como tal, não progridem. É inadmissível”, protestou a sindicalista.

Na mesma carta, o SMN denuncia terem sido já “publicadas listas de ordenação final de diversos júris do concurso ao grau de consultor aberto em 2019”, situação que Joana Bordalo e Sá afirmou “acentuar a injustiça”.

“A inércia da ACSS está a prejudicar os médicos com mais antiguidade que concorreram a concursos anteriores, que ainda não estão graduados no lugar que lhes cabe por direito, estando a ser ultrapassados por colegas que se candidataram a concursos posteriores”, assinala a carta.

Perante o “silêncio da ACSS”, a sindicalista admitiu à Lusa “entrar com ações judiciais”, mas não só, manifestando o desejo de que o tema “seja incluído no protocolo negocial que se espera se abra brevemente com o Governo”.

A Lusa tentou uma reação da ACSS, mas até ao momento não foi possível.

LUSA/HN

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