“Vamos analisar gradualmente para ver se há possibilidade de abrir ainda mais a titulares de outros passaportes, sem autorização prévia”, disse, numa conferência de imprensa, a chefe substituta da Divisão de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis dos SSM.
Wong Weng Man tinha sido questionada sobre a ausência, na lista de 41 nações, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de países do sudeste asiático, a principal fonte de trabalhadores estrangeiros para Macau.
O território é a sede do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum Macau, que reúne todos os estados lusófonos.
Em maio, a região tinha já aprovado a entrada de todos os portugueses não residentes no território. A lista de 41 países que entrou em vigor hoje inclui o Brasil e nações como os Estados Unidos, Austrália, Japão e Coreia do Sul.
As autoridades escolheram “países com um estado económico bastante florescente”, explicou Wong Weng Man, e cujos cidadãos “têm facilidade” para mais tarde saírem da cidade através de Singapura ou Hong Kong – os únicos locais com ligação a Macau fora da China continental.
Ou seja, “não há risco de retenção em Macau”, sublinhou a responsável dos SSM. “Muitos estrangeiros ficaram bloqueados ou retidos” no território devido à ausência de voos internacionais, algo que “pode trazer impacto negativo”, acrescentou.
O número de trabalhadores estrangeiros sem estatuto de residente em Macau diminuiu em quase 4.600 em julho, mês em que a região chinesa enfrentou o pior surto de Covid-19 desde o início da pandemia.
Desde que Macau fechou as fronteiras a estrangeiros sem o estatuto de residente, em março de 2020, perdeu 17% da mão-de-obra não-residente, com quase 31.700 pessoas a perderem o emprego, situação que legalmente os obriga a abandonar a cidade.
No entanto, e apesar de os governos de vários países do sudeste asiático, incluindo Nepal, Myanmar (antiga Birmânia) e Filipinas terem organizado voos especiais de repatriamento, muitos trabalhadores despedidos não conseguiram ainda regressar ao país de origem.
Em abril deste ano, o território tinha levantado as restrições fronteiriças a trabalhadores filipinos, estudantes universitários e profissionais do ensino estrangeiro, como professores portugueses. A isenção foi mais tarde alargada a trabalhadores oriundos da Indonésia.
Macau segue a política de zero casos imposta por Pequim, apostando na testagem massiva da população e em confinamentos para evitar a propagação dos casos de Covid-19.
A região administrativa especial chinesa registou seis mortos e pouco mais de 1.800 casos desde o início da pandemia.
LUSA/HN
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