Na apresentação da sua candidatura, na Subunidade 3 da Faculdade de Medicina de Coimbra, prometeu também modernizar aquele organismo, através de um processo de transformação digital e da reformulação dos seus órgãos internos, aproveitando a revisão da lei-quadro das Ordens profissionais.
“O bastonário é um provedor do doente, um protetor da excelência dos cuidados de saúde, que deverá estar permanentemente vigilante para contribuir para a defesa da saúde, dos cidadãos e dos direitos dos doentes, e tem de ser um polo aglutinador de todos os médicos”, sublinhou.
Salientando que pretende ser um bastonário de “proximidade e de intervenção”, Carlos Cortes disse que vai ser “exigente para melhorar os cuidados de saúde e as condições adequadas para os médicos desenvolverem a sua atividade”.
O candidato defendeu uma gestão pública dos hospitais e unidades de saúde mais eficiente e adequada às necessidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), através da liderança médica, prometendo uma estrutura “com espírito crítico e colaborativa” no relacionamento com a tutela.
“Vou organizar a OM e criar mecanismos precisamente para os médicos serem líderes no sistema de saúde, numa liderança que é muito importante. Não é uma liderança corporativa nem para defender os médicos, é porque verdadeiramente acredito que um hospital bem gerido tem de ser gerido por alguém que o conhece bem”, frisou.
As propostas do atual presidente da SRCOM incluem a criação de novos instrumentos de ligação dos centros de saúde aos hospitais para melhorar a articulação da rede dos cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares, que poderá ser desenvolvida através dos “gestores do doente”.
No âmbito da formação, Carlos Cortes assumiu o desejo de criar a Academia OM “como um centro de formação para todos os médicos nas mais diversas áreas”, centralizando todas as formações.
Na sua intervenção, o candidato a bastonário realçou a falta de recursos humanos no SNS, considerando que a planificação feita nas últimas décadas “foi desastrosa” e que as restrições financeiras impostas pelo ministério das Finanças ao da Saúde “aniquilaram” a capacidade de atração.
“A classe médica está a passar por um inverno demográfico. Mais de 24% dos médicos tem mais de 65 anos – é uma realidade que a OM atempadamente teve cuidado de alertar o ministério”, enfatizou.
Na apresentação da sua candidatura, que tem como slogan “Juntos pela Saúde”, o presidente da SRCOM contou com o apoio do atual bastonário Miguel Guimarães e do antigo bastonário José Manuel Silva, presidente da Câmara de Coimbra.
Através de videoconferência, recebeu também o apoio o médico Filipe Froes, coordenador do gabinete de crise covid-19 da OM.
Para além de Carlos Cortes, de Coimbra, são também candidatos a bastonários Rui Nunes, do Porto, e Fausto Pinto, Jaime Branco e Bruno Maia, de Lisboa, nas eleições agendadas para janeiro de 2023.
LUSA/HN
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