13 mil utentes sem médico de família na Póvoa de Santa Iria em Vila Franca de Xira

1 de Outubro 2022

Cerca de 13 mil pessoas não dispõem de médico de família na Póvoa de Santa iria, concelho de Vila Franca de Xira, situação que motiva um protesto que se realizou ontem junto ao Centro de Saúde.

Esta ação de protesto, foi convocada pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) e integra-se num conjunto de ações reivindicativas levadas a cabo à mesma hora junto a centros de saúde dos concelhos de Vila Franca de Xira, Azambuja, Alenquer e Benavente.

Em declarações à agência Lusa, David Costa, do MUSP, referiu que, no caso do concelho de Vila Franca de Xira, existem cerca de 50 mil utentes sem médico de família, sendo que só na localidade da Póvoa de Santa Iria são 13 mil.

“Isto significa que o acesso está condicionado na esmagadora maioria destes utentes ao atendimento de serviço complementar”, apontou.

David Costa explicou que foram contratados dois médicos, que vão realizar consultas ao centro de saúde da Póvoa de Santa Iria entre as 20:00 e as 22:00, efetuando durante esse período cada um dos clínicos 10 atendimentos.

“Muitas vezes, as pessoas esperam horas e horas por uma consulta neste serviço de atendimento complementar e são confrontados com a falta de um médico. Significa que só há 10 consultas nesse dia e, às vezes, na falta dos dois médicos não têm consulta”, apontou.

Face a esta situação, o integrante do MUSP perspetivou uma “grande adesão ao protesto”, uma vez que “existe muito descontentamento na Póvoa de Santa Iria.

David Costa sublinhou que a situação se “agudizou com a concentração na Póvoa de Santa Iria de utentes sem médico de família do Forte da Casa e de Vialonga”, defendendo a necessidade de o Governo tomar “medidas imediatas” para mitigar este problema.

“O que o MUSP propõe para estancar esta sangria dos profissionais de saúde é que as carreiras sejam dignificadas e com exclusividade, existindo um aumento de 50% da sua remuneração e uma majoração dos dias de férias, para criar uma atratividade para quem termina agora o seu curso de Medicina”, argumentou.

Durante a tarde de hoje, utentes dos centros de saúde dos concelhos de Azambuja, Alenquer, Benavente e Vila Franca de Xira têm agendada uma marcha lenta e concentrações junto a cada um dos equipamentos, para exigir melhores condições.

LUSA/HN

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