Ministro garantiu que nenhum serviço de obstetrícia e blocos de partos do SNS fecha até final do ano

13 de Outubro 2022

O ministro da Saúde garantiu que o Governo não irá fechar nenhum serviço de obstetrícia e blocos de partos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde até ao final do ano, decisão que só será tomada no inicio de 2023.

“Não estou concentrado no tema encerramento de maternidades mas no tema de garantir que tudo corra bem. Não tomaremos nenhuma decisão até ao final do ano”, disse o ministro da Saúde em entrevista à RTP3, adiantando que “o conjunto de decisões será tomado no próximo ano”.

Manuel Pizarro afirmou ainda perceber a “perturbação e ansiedade” da questão, no entanto, sublinhou que a mesma é anterior à sua governação.

De acordo com uma noticia avançada pelo Expresso, o grupo de peritos encarregue de propor uma solução para as urgências de obstetrícia e blocos de partos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) propôs ao Governo o fecho do atendimento SOS em dois hospitais da Grande Lisboa e dois na área geográfica da administração regional do Centro.

O ministro garantiu que o Governo irá fazer uma “avaliação criteriosa” ao estudo preliminar que propõe “muitas medidas entre as quais, o eventual fecho de maternidades”.

“Não lhe posso responder se vão ou não encerrar, vamos fazer uma avaliação. Nunca [fechar] nos próximos meses, seguramente que não até final do ano”, frisou, sublinhando estar empenhado em garantir que o sistema público de maternidades “funciona”.

Manuel Pizarro disse ainda que a “decisão do encerramento de maternidades, por exemplo”, vai ser da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde.

O ministro adiantou também que está a ser preparado “um plano para o inverno que não é só para as maternidades”, salientando que está atento aos problemas de escalas de médicos no Natal e Ano Novo.

“Estamos a preparar um plano para o inverno que não é só para as maternidades. Está a ser preparado muito ativamente. Mas não tenho uma varinha magica de que garanta que tudo vai funcionar na perfeição”, sublinhou, acrescentando que os horários dos centros de saúde podem vir a ser alargados caso o sistema de monitorização de incidência de crises respiratórios assim o diga.

“O atendimento da rede, dependerá da situação epidémica”, afirmou.

Na entrevista o ministro referiu ainda que a verba do Orçamento de Estado 2023 para a saúde de cerca de 15 mil milhões é a “maior dos últimos anos”, avançando que há “maleabilidade para transferência de verbas para despesa com pessoal nos hospitais”.

Manuel Pizarro afiançou que a valorização dos profissionais é uma das prioridades da sua governação, salientando, também que, “às vezes o problema não é o dinheiro [orçamento] mas sim mudar regras que são rígidas e não valorizam as pessoas”.

“As negociações com os enfermeiros e os médicos vão começar nas próximas semanas”, disse, explicando que há um compromisso com os enfermeiros na contagem de pontos da carreira interrompido há alguns anos.

“Vai permitir que os enfermeiros subam um ou dois escalões na sua profissão o que já poderá fazer muita diferença”, explicou.

Quanto à questão das incompatibilidades, por ser casado com a presidente da Ordem dos Nutricionistas e por ter o cargo de gerente numa empresa na área da saúde, o ministro garantiu que estava “tudo resolvido”.

“São dois assuntos que estão completamente resolvidos”, começou por explicar Manuel Pizarro, lembrando que o primeiro-ministro passou para a alçada direta da secretária de Estado da Promoção da Saúde a Ordem dos Nutricionistas.

“No segundo caso, já não tenho funções na empresa e, está por dias a sua dissolução. Como disse, sou ministro há 30 dias, tinha uma vida profissional na área da saúde, resolvi os assuntos com prontidão”, justificou, lembrando os prazos legais de 60 dias que os titulares de cargos públicos têm para entregar as declarações de incompatibilidades.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Daniel Ferro: Retenção de Médicos no SNS: Desafios e Estratégias

Daniel Ferro, Administrador Hospitalar na USF S. José, apresentou no 10º Congresso Internacional dos Hospitais um estudo pioneiro sobre a retenção de profissionais médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A investigação revela as principais causas de saída e propõe estratégias para melhorar a retenção de talentos.

Inovação Farmacêutica: Desafios e Oportunidades no Acesso a Novos Medicamentos

A inovação farmacêutica enfrenta desafios significativos no que diz respeito ao acesso e custo de novos medicamentos. Num cenário onde doenças como Alzheimer e outras condições neurodegenerativas representam uma crescente preocupação para os sistemas de saúde, o Professor Joaquim Ferreira, Vice-Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, abordou questões cruciais sobre o futuro da inovação terapêutica, os seus custos e o impacto na sociedade durante o 10º Congresso Internacional dos Hospitais, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hopitalar (APDH).

Desafios e Tendências na Inovação Farmacêutica: A Perspetiva de Helder Mota Filipe

O Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Helder Mota Filipe, abordou os principais desafios e tendências na inovação farmacêutica durante o 10º Congresso Internacional dos Hospitais. A sua intervenção focou-se na complexidade de garantir o acesso a medicamentos inovadores, considerando as limitações orçamentais e as mudanças demográficas e epidemiológicas em Portugal

Carlos Lima Alves: Medicamentos Inovadores: O Desafio do Valor Sustentável

Carlos Lima Alves, Médico e Vice-Presidente do Infarmed, abordou a complexa questão dos medicamentos inovadores no 10º Congresso Internacional dos Hospitais, promovido pela Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH). A sua intervenção centrou-se na necessidade de equilibrar o valor dos medicamentos com os custos associados, destacando a importância de uma avaliação rigorosa e fundamentada para garantir que os recursos financeiros sejam utilizados de forma eficaz e sustentável.

Projeto Pioneiro em Portugal Aborda Gestão de Resíduos na Diabetes

A Unidade Local de Saúde de Matosinhos apresentou um projeto inovador sobre a gestão de resíduos resultantes do tratamento da diabetes, na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. O projeto “Diabetes e o meio ambiente” visa sensibilizar e capacitar pacientes e famílias para a correta separação de resíduos, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.

MAIS LIDAS

Share This