No Dia Mundial do AVC, o Instituto Nacional de Emergência Médica refere que os dados dos primeiros seis meses do ano revelam que, em apenas 65% dos casos, o contacto dos utentes para o 112 ocorreu nas primeiras três horas após início dos sintomas.
“Por esse motivo, no Dia Mundial do AVC, o INEM recorda que em caso de falta de força num braço, boca ao lado e dificuldade em falar, os utentes devem ligar de imediato o Número Europeu de Emergência – 112. Após a chamada ser transferida para o INEM, os utentes devem transmitir todas as informações solicitadas pelos profissionais do Centro de Orientação de Doentes urgentes (CODU) do INEM, para que seja possível realizar-se a triagem e o encaminhamento corretos de todas as situações suspeitas de AVC”, precisa aquela entidade.
O INEM dá conta que, no primeiro semestre no ano, encaminhou 3.453 doentes com suspeita de AVC para os hospitais mais adequados, através da Via Verde do AVC, sendo o distrito do Porto o que registou o maior número de casos, com 751 doentes encaminhados, seguido de Lisboa e Setúbal, com 691 e 280 casos, respetivamente.
Segundo o INEM, nos primeiros seis meses do ano foi o Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o hospital que mais casos suspeitos de AVC recebeu através da Via Verde do AVC, com 256 registos, seguido do Hospital de Braga e o Centro Hospitalar e Universitário São João, no Porto, com 219 e 208 casos, respetivamente.
O INEM salienta que há um maior número de registos, comparativamente a anos anteriores, devido à implementação da ferramenta iTEAMS (INEM Tool for Emergency Alert Medical System), que se encontra em funcionamento em todos os meios de emergência médica do INEM e em 71 entidades do Sistema Integrado de Emergência Médica (Bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa).
O iTEAMS, que foi desenvolvido pelo INEM e consiste numa ferramenta de registo clínico e de suporte interativo entre o CODU e os meios de emergência que estão no terreno, permite aferir, de forma rápida, a gravidade dos doentes e, assim, agilizar o processo do socorro.
Segundo o INEM, esta ferramenta permite emitir alertas de gravidade de doença, aproximar a regulação médica dos CODU aos meios operacionais e otimizar a cadeia de transmissão de informação clínica, desde o evento até à entrega do doente no hospital.
O AVC é um défice neurológico súbito, motivado por isquemia (deficiência de irrigação sanguínea) ou hemorragia no cérebro e continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal, sendo também a principal causa de sequelas e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares.
O INEM aconselha ainda que para prevenir o AVC devem ser adotados hábitos de vida saudáveis, evitar o tabaco e a vida sedentária e ter especial atenção a doenças como a hipertensão, diabetes ou arritmias cardíacas.
LUSA/HN
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