O perfil dos utentes a chegar à urgência central do Hospital de Santa Maria, que na terça-feira sofreu constrangimentos devido à sobrelotação das urgências, aponta para “um quadro de doentes mais complexos, muitos deles de outras áreas da região de Lisboa e com descompensação de doenças de base”, refere o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN).
“Doentes que pela sua complexidade implicam diagnósticos mais diferenciados, múltiplos exames, muitas vezes com necessidade de procurar informações clínicas (por serem de outras áreas de influência)”, uma situação que cria uma “grande pressão” nos serviços de urgências e nos internamentos.
Na última semana, o Hospital Santa Maria registou um aumento de afluência, com médias diárias de casos a variar entre os 650 e os 700 episódios no conjunto das urgências, com predomínio para a Urgência Central e para a Urgência de Pediatria.
Na última segunda-feira, atendeu cerca de 700 casos, valores em linha com os registados no mesmo período de 2019, no pré-pandemia, refere o CHULN, que apela às pessoas com situações menos graves para se dirigirem aos cuidados de saúde primários.
A afluência às Urgências do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC) também têm estado a aumentar progressivamente, “com picos ocasionais à segunda-feira”, aproximando-se do que era a afluência às Urgências no período antes da pandemia.
O número mais elevado foi registado na última segunda-feira, com 901 casos, e no dia 31 de outubro (também segunda-feira), com 805, segundo dados divulgados à Lusa pelo CHULC, que engloba os hospitais São José, D. Estefânia, Capuchos, Curry Cabral, Santa Marta e Maternidade Alfredo da Costa.
“Os doentes não urgentes representam, atualmente, 30 a 40% do total de admissões na urgência”, refere, adiantando que as principais causas da procura continuam a estar relacionadas com doentes idosos, com múltiplas comorbilidades e descompensação de doenças crónicas.
O centro hospitalar diz que, até ao momento, não houve necessidade de ativar o plano de contingência, mas, “pontualmente, tem sido necessário fazer reforços em algumas equipas, com o recurso a horas extraordinárias”.
O Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) ultrapassou na última semana o valor observado no período homólogo antes da pandemia de covid-19.
Entre 31 de outubro e 06 de novembro, o hospital registou 5.601 episódios de urgência, correspondendo a uma média de 800 casos diários, um número médio de episódios superior ao registado no ano de 2019, no mesmo período (740).
De acordo com a Triagem de Manchester, cerca de 60% dos doentes admitidos nos serviços de urgência do Hospital Fernando Fonseca são casos pouco urgentes e não urgentes.
“Neste período, como habitual nesta fase do ano, o principal motivo de admissão nas Urgências no Hospital Fernando-Fonseca são as patologias infecciosas”, adianta.
O hospital recomenda à população dos concelhos da Amadora e de Sintra, que, em caso de doença súbita, contacte primeiro, a linha SNS 24 (808 24 24 24), reservando as situações agudas, graves, urgentes e emergentes para atendimento no Hospital.
O Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO), que integra os hospitais São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz, registou, entre 01 e 08 de novembro, 2.231 casos na urgência geral, 1.195 na urgência pediátrica e 319 na urgência obstétrica.
O maior número de episódios registado nas três urgências foi na segunda-feira, com um total de 594 casos.
LUSA/HN
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