Resistência de bactérias entre as 10 principais ameaças à saúde global

9 de Dezembro 2022

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que a resistência bacteriana a antibióticos está entre as 10 principais ameaças à saúde pública global, salientando a “grande preocupação” das infeções sanguíneas em contextos hospitalares.

“A resistência antimicrobiana representa uma ameaça global significativa de proporções económicas e de saúde pública de grandes proporções”, salienta o quinto relatório do sistema de vigilância da OMS hoje divulgado.

O documento salienta que a medicina moderna depende de medicamentos antimicrobianos eficazes, mas foram registadas altas taxas de infeções resistentes em toda uma ampla gama de microrganismos nas várias regiões da OMS.

“Os níveis muito elevados em 2020 de resistência antimicrobiana em agentes patogénicos que causam infeções na corrente sanguínea, independentemente da cobertura dos testes, são uma grande preocupação”, alertou ainda a organização.

Além disso, segundo o relatório, os níveis muito elevados de resistência a diversas bactérias que causam infeções sanguíneas implicam que se “fortaleça as medidas de prevenção e controlo de infeções em contextos hospitalares a nível global”.

A OMS salienta também que os resultados deste relatório demonstram a necessidade contínua de construir sistemas de vigilância robustos, capazes de produzir dados que possam ser utilizados para informar e avaliar as ações de saúde pública.

O documenta sublinha que a pandemia da covid-19 pode ter tido impacto na capacidade de reporte de vários países e territórios, com a OMS a recomendar um reforço da vigilância, particularmente em países de baixo e médio rendimento.

 “A baixa proporção de países e territórios que executam garantias externas de qualidade em todos os laboratórios clínicos que servem sistemas nacionais de vigilância exige um esforço global urgente para apoiar o desenvolvimento de redes clínicas nacionais de bacteriologia, particularmente nos países de baixo e médio rendimento, e uma rede global de laboratórios de microbiologia para apoiar o diagnóstico em todas as regiões”, adianta o relatório.

Segundo dados recentemente divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal registou uma redução em 2020 do consumo de antibióticos em ambulatório.

A utilização de quinolonas, um dos antibióticos mais associados à emergência de resistências, caiu 69% entre 2014 e 2020, igualando a média europeia, de acordo com a DGS.

LUSA/HN

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