Talibãs transferem mais de 10 mil toxicodependentes para centros médicos

20 de Janeiro 2023

A liderança talibã no poder no Afeganistão anunciou hoje que mais de 10 mil toxicodependentes foram transferidos, nos últimos três dias, da prisão para centros médicos em 32 províncias do país para serem submetidos a um processo de desintoxicação.

Esta decisão insere-se numa estratégia de longo prazo, segundo os talibãs, para responder às necessidades desta faixa da população, num país onde entre 2,5 e 3,5 milhões de pessoas são toxicodependentes, segundo um relatório publicado em 2015 pelas anteriores autoridades afegãs, depostas pelos extremistas no verão de 2021.

A medida foi anunciada pelo vice-ministro de Combate aos Narcóticos, Habibullah Ahmadi, e foi confirmada por um porta-voz dos talibãs, Mohammed Naeem, na rede social Twitter.

O combate às drogas foi uma das primeiras medidas sociais adotadas pelos talibãs, que regressaram ao poder em agosto de 2021.

O líder dos talibãs, Hibatullah Akhundzada, decretou em março do ano passado a proibição do cultivo de papoila, bem como a extração de ópio desta planta, além da proibição do consumo de álcool e de substâncias narcóticas em todo o país.

Muitos toxicodependentes têm acusado os talibãs de recorrerem à violência nos tratamentos de desintoxicação, que estavam a decorrer nas prisões após o encerramento dos centros de cuidados especializados por falta de ajuda internacional.

Médicos afegãos, ouvidos pela Rádio Azadi, denunciaram que estes toxicodependentes detidos não têm acesso a medicamentos, num processo que qualificam como uma “desintoxicação forçada” e com implicações graves para a saúde destas pessoas.

“O toxicodependente é simplesmente hospitalizado como prisioneiro. (…) Sem a medicação necessária e sem o aconselhamento necessário que lhe permita reduzir a permanência na prisão”, segundo denunciou um médico, identificado como Hamed Elmi, citado pelas agências internacionais.

LUSA/HN

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