Encomendado à Informa/D&B pelo Conselho Estratégico Nacional de Saúde (CENS) da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, o trabalho – a que a agência Lusa teve acesso – caracteriza o setor privado da saúde em Portugal com base na Informação Empresarial Simplificada (IES) de 2021, atualizando um estudo anterior elaborado com base nas IES2019.
Do trabalho resulta que o setor privado da saúde era, em 2021, constituído por mais de 30 mil empresas (30.224) que empregavam mais de 140 mil pessoas (140.677), tendo as atividades por ele desenvolvidas (vendas e serviços) superado os 21.941 milhões de euros.
Ainda apurado foi que as empresas privadas de saúde contribuíram com um VAB de 6.297 milhões de euros e pagaram 1.000 milhões de euros de IRC e contribuições para a Segurança Social em 2021.
“Constata-se também que as empresas privadas de saúde recuperaram da atividade no pós-covid-19 e os níveis de atividade e de emprego suplantaram não apenas os valores de 2020, mas também os de 2019”, destaca o estudo.
O setor privado da saúde inclui desde as farmácias (cerca de 3.000) às empresas de prestação de cuidados de saúde em internamento (397 entidades), passando pelas atividades de prática médica de clínica geral (3.557) e especializada (7.718) em ambulatório, pela produção (197) e distribuição (980) de medicamentos, produção de dispositivos médicos (666), análises clínicas (240) ou centros de enfermagem (397).
O trabalho da Informa D&B evidencia que as empresas da saúde estão presentes por todo o território nacional, concentrando-se 37% na região de Lisboa e Vale do Tejo, 34% no Norte, 17% no Centro, 4% no Alentejo, 4% no Algarve e 2% em cada uma das regiões autónomas.
O estudo apurou ainda que as empresas do setor da saúde são tipicamente pequenas e médias empresas (PME), sendo que apenas 0,2% têm mais de 250 trabalhadores.
Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente do CENS-CIP afirmou que o estudo “confirma que o setor económico da saúde é cada vez mais relevante e um pilar da economia portuguesa e da competitividade”, salientando o “potencial do setor e da sua capacidade de exportação”.
“Com condições mais adequadas para a prossecução da sua atividade, as empresas portuguesas do setor da saúde podem não só reforçar a capacidade da economia portuguesa, como também contribuir de forma ainda mais intensa para a melhoria da oferta de cuidados de saúde em Portugal”, afirmou Óscar Gaspar, que preside à Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP).
De acordo com o responsável, e tal “como o CENS-CIP tem defendido, é da maior relevância que se assuma a saúde como um investimento e uma área de atividade da maior importância”: “Quando também na União Europeia se discute a absoluta necessidade da soberania estratégica no setor da saúde, Portugal não deve ficar fora deste desafio, até porque tem um tecido empresarial apto para o efeito”, sustentou.
LUSA/HN
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