António Salvador disse hoje à agência Lusa que a médica “entrou em funções na terça-feira” após ter sido estabelecido um acordo entre a Santa Casa da Misericórdia de Peniche e as entidades ligadas à saúde.
O autarca voltou a “lamentar a imensidão de tempo” que demorou a contratação, assim como o “passar” de responsabilidades entre Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e Ministério da Saúde.
Na última reunião pública da Câmara Municipal de Peniche, o vice-presidente, Afonso Clara, lamentou o “manancial de problemas e dificuldades na forma como as coisas correram”.
Segundo o município, o protocolo com a Misericórdia de Peniche “é uma oportunidade” para minimizar o problema da falta de médicos.
O presidente da Junta de Freguesia de Atouguia da Baleia, que em dezembro denunciou a situação por ter “pessoas desesperadas sem médico”, recordou que a contratação era aguardada desde agosto.
António Salvador classificou de “vergonhoso” o que se passou, tendo em conta a falta de médicos na região e no país, e disse que já estava encontrada uma IPSS disponível para celebrar o acordo.
Confrontado pela Lusa, o diretor do ACES Oeste Norte, João Gomes, esclareceu que remeteu todo o processo para a ARSLVT que, até hoje, não prestou esclarecimentos à Lusa.
Ainda de acordo com o presidente da junta, a extensão de saúde deveria ter quatro médicos de família para os cerca de sete mil utentes, mas não tem nem um colocado.
Em alternativa, à data de dezembro, tinham sido contratadas 26 horas por semana a um médico prestador de serviços, disse o diretor do ACES Oeste Norte.
O responsável referiu ainda que, em todo o ACES Oeste Norte, dos 183 mil utentes inscritos, 39.413 estavam sem médico de família e, destes, 12 mil eram do concelho de Peniche, admitindo que “a prestação de cuidados primários de saúde está comprometida”.
LUSA/HN
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