Cabo Verde quer integrar instituições para prevenir doenças não transmissíveis

13 de Junho 2023

O Ministério da Saúde cabo-verdiano quer integrar todas as instituições para trabalhar na prevenção de fatores de riscos de doenças não transmissíveis, implementando um plano de controlo e um programa de rastreio de cancro, disse hoje fonte oficial.

As informações foram avançadas pelo ponto focal para as doenças não transmissíveis no Ministério da Saúde de Cabo Verde, Emília Monteiro, na Praia, à margem de um atelier para atualização do Plano Integrado de Prevenção e Controlo de Doenças Não Transmissíveis (2024-28) no país.

“O objetivo deste plano é integrar todas as instituições, nós sabemos que nós não conseguimos trabalhar os fatores de riscos sozinhos no Ministério de Saúde, falamos dos fatores de riscos para doenças não transmissíveis, então estamos tentando, com o Ministério de Educação, com o Ministério do Desporto, elaborar um plano que seja implementado por todos os ministérios, quanto ao trabalho com os fatores de risco das doenças não transmissíveis e as próprias doenças não transmissíveis”, afirmou a responsável.

Emília Monteiro disse que a diabetes, hipertensão, obesidade e cancro têm uma prevalência “muito alta” em Cabo Verde, que são doenças que têm os mesmos fatores de risco comuns e por isso estão a tentar integrar em um só plano para conseguirem trabalhar com as instituições.

“Desde a semana passada estamos a trabalhar com as instituições fazendo um apanhado para conseguir avaliar o plano que já finalizou em 2020, mas com a covid-19 nós não conseguimos atualizar, estamos a trabalhar agora com uma consultora internacional selecionada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para nos ajudar juntamente com a equipa nacional, elaborar o próximo plano de prevenção das doenças não transmissíveis”, avançou.

Segundo a mesma fonte, existem algumas doenças que, mesmo em comparação a nível internacional, a prevalência está “um pouco alta” em Cabo Verde, como a morbilidade por doenças oncológicas, por cancro, hipertensão e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

A responsável para as doenças não transmissíveis no Ministério da Saúde apelou para a diminuição dos fatores de risco, como alcoolismo, tabaco, e tentar fazer uma alimentação “mais saudável possível que não esteja tão industrializada”.

“Nós neste momento estamos a fazer uma dieta muito industrializada, à base de conservas, é um fator predisponente para muitas doenças”, disse, defendendo é preciso também “diminuir o sedentarismo”.

Segundo uma nota do Ministério da Saúde, Cabo Verde elaborou o seu primeiro plano multissetorial de prevenção e controlo de doenças não transmissíveis em junho de 2014, com um horizonte temporal de cinco anos (2015-2020), que pretende agora reavaliar e atualizá-lo para os próximos cinco anos.

Para o efeito foi contratada uma consultoria com o apoio da Organização Mundial da Saúde, Escritório Regional (OMS-AFRO), que irá trabalhar com o Ministério da Saúde e parceiros.

A primeira missão ao país decorre até 16 de junho, para avaliar o grau de aplicação do primeiro plano e preparar o novo documento para os próximos cinco anos.

NR/HN/Lusa

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