Maternidade do hospital da Guarda fecha este sábado

6 de Outubro 2023

O bloco de partos e a Urgência de Obstetrícia/Ginecologia do hospital da Guarda encerrarão entre as 09:00 de sábado e as 09:00 de domingo, por falta de médicos nas escalas, confirmou fonte daquela unidade de saúde.

A informação dos serviços é que haverá “uma contingência de nível 4”, aquele que é ativado na ausência de especialistas e que prevê o encerramento daquela valência, disse fonte da Unidade Local de Saúde da Guarda.

A indisponibilidade dos médicos em realizar mais horas extraordinárias por ter sido atingido o limite anual está também a causar fortes constrangimentos na Urgência Geral, situação que se irá manter até às 08:00 de segunda-feira.

Numa nota enviada à Lusa, a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda avisa que o serviço de Urgência de Médico-Cirúrgica da Guarda “vai estar aberto 24 horas”, mas haverá constrangimentos devido à falta de especialistas de Medicina Interna.

“Devido ao constrangimento causado pela indisponibilidade apresentada pelos médicos de Medicina Interna, o funcionamento será condicionado a partir das 05:00 de quinta-feira, dia 05 de outubro, até às 08:00 de segunda-feira, dia 09 de outubro”, precisa a informação.

A ULS da Guarda pede à população “a maior compreensão e que recorra sempre que possível aos serviços disponibilizados pelos centros de saúde da área de residência”.

A ULS tem reiterado o apelo que se dirija “à Urgência só quem é urgente”.

As dificuldades são consequência do movimento a nível nacional através do qual os médicos se têm vindo a manifestar indisponíveis para fazer mais horas extras.

A indisponibilidade tem criado dificuldades na elaboração das escalas dos serviços de Urgência em vários hospitais do país.

A diretora do serviço de Urgência do hospital da Guarda, Adelaide Campos, tinha confirmado à Lusa que as escalas para o mês de outubro estão incompletas.

“Vai haver dias em que as equipas não se podem formar, porque não há número de especialistas suficientes para cada uma das equipas e, portanto, a Urgência pode ter que encerrar”, alertou a diretora do serviço de Urgência.

Adelaide Campos disse esperar que “o senhor ministro da Saúde e o CEO do SNS [Serviço Nacional de Saúde] percebam aquilo que se pode vir a passar nas próximas semanas”.

A responsável realça que o limite das horas extraordinárias já foi atingido há muito tempo e que “esta situação não se pode manter”.

“Não podemos ter um distrito de 160 mil habitantes sem hospital que receba doentes urgentes. Não é viável, não é possível”, alertou.

O presidente da Câmara Municipal, Sérgio Costa, tem apelado ao “sentido de responsabilidade” de todos os intervenientes e pede que médicos e Ministério da Saúde “façam tréguas e dialoguem” em nome da saúde dos cidadãos.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Cerca de 44 mil pessoas pessoas morreram em 2023 vítimas do VIH/sida em Moçambique

“Não queremos dizer que estamos satisfeitos com 44 mil mortes. Esses números preocupam-nos, principalmente os de pessoas que estão a morrer em resultado de não estarem a fazer tratamento e, se estão, não o fazem corretamente”, disse o secretário executivo do Conselho Nacional do Combate à Sida, Francisco Mbofana, em conferência de imprensa, antecipando o dia mundial da luta contra VIH/Sida, que se assinala anualmente em 01 de dezembro.

Ana Escoval: “Boas práticas e inovação lideram transformação do SNS”

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Ana Escoval, da Direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, destaca o papel do 10º Congresso Internacional dos Hospitais e do Prémio de Boas Práticas em Saúde na transformação do SNS. O evento promove a partilha de práticas inovadoras, abordando desafios como a gestão de talento, cooperação público-privada e sustentabilidade no setor da saúde.

Fundador da Joaquim Chaves Saúde morre aos 94 anos

O farmacêutico Joaquim Chaves, fundador da Joaquim Chaves Saúde, morreu hoje aos 94 anos, anunciou o grupo, afirmando que foi “referência incontornável na área da saúde” em Portugal.

MAIS LIDAS

Share This