Sindicatos dos médicos dizem que estão ainda “muito longe” de chegar a um acordo com o Governo

31 de Outubro 2023

Os sindicatos dos médicos adiantaram hoje que estão ainda “muito longe” de chegar a um acordo com o Governo, durante um intervalo da nova ronda negocial no Ministério da Saúde, que já dura mais de três horas.

“É essencial darmos uma resposta. Ou sim ou não à possibilidade de acordo. Estamos muito longe desse acordo e não deixaremos de o fazer por causa de questões procedimentais”, disse aos jornalistas o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque Cunha.

O dirigente sindical afirmou ter sido surpreendido com o facto de a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) ter pedido para ver os diplomas das Unidades de Saúde Familiar e da criação do regime da dedicação plena dos médicos.

“A Fnam decidiu hoje colocar como questão o conhecimento prévio de um documento que já foi promulgado pelo Presidente da República e está para referendo do primeiro-ministro. Fomos surpreendidos nesta reunião. Esperemos que nesta reunião essa questão seja ultrapassada, porque queremos resolver o problema do Serviço Nacional de Saúde [SNS]”, observou.

Poucos minutos mais tarde, a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá confirmou ter sido feita uma pausa e que as negociações iriam ser retomadas “com toda a normalidade e toda a regularidade”, após terem acesso aos documentos solicitados.

“É fundamental conhecermos o conteúdo destes diplomas para nos podermos pronunciar sobre o princípio de acordo que temos em cima da mesa. (…) A Fnam necessita conhecer esses articulados para poder continuar a discutir o documento que o Governo nos apresentou”, referiu.

Joana Bordalo e Sá considerou também que será difícil chegar a um acordo com o Governo ainda hoje.

“(…) Provavelmente vai ser mesmo difícil, tendo em conta o documento que nos foi enviado, que não contempla aquilo tudo que foi debatido (…) na reunião que tivemos no domingo, que durou nove horas. Saímos daqui [Ministério da Saúde] no domingo com a sensação de que alguns dos princípios estariam efetivamente acordados”, salientou.

As negociações entre o Ministério da Saúde e o SIM e a Fnam iniciaram-se há 18 meses, mas a falta de acordo tem agudizado a luta dos médicos, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ana Sofia Lopes: “Há colegas que se sentem abandonados por quem os devia representar”

Descontente e crítica do mandato até agora feito pelo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Ana Sofia Lopes apresenta-se como a candidata da mudança. Em entrevista ao HealthNews, afirma que é preciso “pugnar por uma OMD credível, inclusiva e acessível a todos os Médicos Dentistas”. De acordo com Ana Sofia Lopes “há colegas que se sentem abandonados por quem os devia representar e descartados por quem os devia aproveitar”.

Miguel Pavão: “Fui o orquestrador do processo de transformação da profissão dos dentistas”

O atual bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Miguel Pavão, volta a concorrer para a liderança da instituição. Em entrevista ao HealthNews, promete um “mandato de continuidade renovada”, garantindo que quer de fazer mais e melhor pela profissão. “Sinto que se saísse agora seria um ciclo que ficava a meio. Há pretenções e objetivos que ainda pretendo alcançar”, revelou. Os médicos dentistas vão a votos nos dias 6, 7 e 8 de junho de 2024.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights