O uso obrigatório de máscara, inclusive ao ar livre, e o maior controlo de possíveis aglomerações de pessoas são as medidas que se somam às já previstas em Itália depois que as infeções pelo novo coronavírus dispararam nas últimas semanas no país, atingindo uma média de 2.600 por dia.
A medida de usar máscaras em todos os momentos já havia isso aplicada em regiões como o Lácio, cuja capital é Roma, Campânia, Basilicata e Calábria.
No momento, outras medidas, como o encerramento antecipado do comércio e restaurantes, não estão a ser estudadas.
O ministro da Saúde italiano declarou ainda, durante uma intervenção na Câmara dos Deputados, que estas medidas serão votadas na quarta-feira através de um decreto do primeiro-ministro, após consulta aos representantes das regiões.
Além disso, os controlos serão aumentados porque, segundo o ministro, “as aglomerações são um risco real que não podemos permitir”, embora não tenha adiantou se utilizará o exército a fazê-lo, conforme noticiado por alguns meios de comunicação.
Speranza explicou que “a Itália, juntamente com a Alemanha, está melhor que o resto dos países europeus e está a responder melhor à segunda vaga”, mas advertiu que “não se deve ter ilusões”.
“Seria profundamente errado só porque lidamos com esse número de infeções pensar que estamos fora. Seria um erro, um risco e uma avaliação totalmente privada de fundamento”, esclareceu.
O ministro explicou que esta nova medida é aplicada porque “a Itália está a passar por uma fase de progressivo crescimento dos números nas últimas nove semanas”.
Speranza acrescentou que em comparação aos meses de março e abril, quando o vírus atingiu principalmente as regiões do norte e ficou mais circunscrito, agora “nesta segunda onda, a novidade é que o crescimento é generalizado e atinge todos os territórios que haviam sido poupados na fase anterior”.
“Em dois meses houve um grande aumento de casos: hoje são 3.487 internados e temos 323 pessoas em cuidados intensivos. Esses números agora são sustentáveis para o nosso sistema de saúde. É claro que diante dos dias mais difíceis com quatro mil pessoas em cuidados intensivos, a situação é administrável, mas não podemos deixar de ver a tendência, o vírus circula”, destacou.
Speranza explicou que, além disso, na primeira fase a idade média dos casos era de 70 anos e agora é de 41 anos, e mesmo neste caso a tendência não tranquiliza porque em agosto a idade média da infeção era 31 anos.
Ao prorrogar o estado de emergência, que expira em 15 de outubro, e que será debatido no Parlamento, Speranza argumentou que isso corresponde ao estado em que se encontra o país.
O ministro sublinhou ainda a necessidade de manter “as estruturas institucionais que se criaram nestes meses”.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e trinta mil mortos e mais de 35,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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