Fnam aponta para 75% de adesão à greve dos médicos e tutela fala em 31%

24 de Julho 2024

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) estimou hoje que adesão à greve dos médicos que se iniciou na terça-feira e termina hoje esteja nos 75%, enquanto o Ministério da Saúde aponta para uma participação de 31,3% no primeiro dia.

“O balanço à adesão foi bastante elevado, portanto, ontem foi 70%, hoje estamos na ordem dos 80%, até houve uma adesão mais elevada em alguns locais, portanto, o balanço final destes dois dias é de 75%”, disse à Lusa a presidente da Fnam.

De acordo com Joana Bordalo e Sá, os números apresentados pelo sindicato revelam “uma grande unidade entre os médicos”.

“O Ministério da Saúde, de Ana Paula Martins, deve refletir sobre cada consulta e cirurgia adiada, porque nós sabemos que isto tem um transtorno enorme na vida dos utentes e dos doentes do Serviço Nacional de Saúde”, adiantou, salientando que a tutela é a “única responsável” e que, “uma vez mais, nada fez para garantir mais médicos no SNS”.

Em resposta à Lusa, o Ministério do Saúde referiu que “os dados preliminares”, referentes a terça-feira, “indicam uma adesão de 31,3%, entre as 26 Unidades Locais de Saúde (ULS) e Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) já apurados”.

“No que se refere a consultas médicas, o Ministério da Saúde tem a indicação de que 75,1% das consultas programadas para 23 de julho foram realizadas, enquanto ao nível das cirurgias foi praticada 50% da atividade programada”, acrescentou.

De acordo com os dados da Fnam, a unidade local de saúde (ULS) do Alto Minho regista uma adesão de 100% e “nenhum médico está a trabalhar”.

Também o bloco central do Hospital de Viana do Castelo está com uma adesão de 100%, enquanto o serviço de medicina interna uma participação 87%.

No Hospital de São João, no Porto, hoje só há uma sala no bloco central a funcionar com serviços como estomatologia ou dermatologia com 100% de adesão, bem como o de otorrino.

No Hospital de Santo António, também só funcionou uma sala no bloco central e as urgências.

Sobre o IPO do Porto, a força sindical realçou que o bloco operatório só teve duas salas a funcionar, estando “parado em 75%”, enquanto o serviço de ginecologia teve uma adesão de 80% e o serviço de oncologia “mais ou menos 60%”.

As unidades hospitalares de Vila Nova de Gaia, Penafiel e Amarante também assinalaram “bastante participação” à greve.

Na região Centro, a adesão volta a rondar os 80% nos cuidados de saúde primários, como na terça, enquanto nos Hospitais Universitários de Coimbra regista “75% de encerramentos”.

Ainda sem dados concretos, a Fnam salientou que “a adesão também foi significativa no sul” do país.

Entre as reivindicações da Fnam está a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a atualização da grelha salarial, a integração dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e de cinco dias suplementares de férias se gozadas fora da época alta.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Consórcio português quer produzir terapias inovadoras com células CAR-T

Um consórcio português que junta clínicos, investigadores e académicos quer desenvolver capacidade nacional para produzir terapias inovadoras com células CAR-T, uma forma avançada de imunoterapia que tem demonstrado taxas de sucesso em certos cancros do sangue, foi hoje divulgado.

Consumo de droga em Lisboa aumentou e de forma desorganizada

Uma técnica de uma organização não-governamental (ONG), que presta assistência a toxicodependentes, considerou hoje que o consumo na cidade de Lisboa está a aumentar e de forma desorganizada, com situações de recaída de pessoas que já tinham alguma estabilidade.

Moçambique regista cerca de 25 mil casos de cancro anualmente

Moçambique regista anualmente cerca de 25 mil casos de diferentes tipos de cancro, dos quais 17 mil resultam em óbitos, estimaram hoje as autoridades de saúde, apontando a falta de profissionais qualificados como principal dificuldade.

Ana Povo e Francisco Nuno Rocha Gonçalves: secretários de estados da saúde

O XXV Governo Constitucional de Portugal, liderado pelo Primeiro-Ministro Luís Montenegro, anunciou a recondução de Ana Margarida Pinheiro Povo como Secretária de Estado da Saúde. Esta decisão reflete uma aposta na continuidade das políticas de saúde implementadas no mandato anterior.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights