A autarquia, liderada pelo PS, deliberou, na última reunião do executivo, realizada na terça-feira, aprovar o Plano Estratégico e Análise de Sustentabilidade do projeto designado “Medicina ULisboa – Campus de Torres Vedras”, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), bem como os estatutos e participação na associação que irá gerir o projeto pioneiro.
O ‘Campus’, que será implementado no antigo Sanatório do Barro, em Torres Vedras, no distrito de Lisboa, representa um investimento de 42 milhões de euros para criar um centro pioneiro de treino e investigação em cuidados primários, dando assistência a nove mil utentes sem médico de família.
De acordo com o plano estratégico, a que a agência Lusa teve acesso, o Campus de Torres Vedras será constituído pelo Polo de Cuidados de Saúde, Polo Académico, Polo de Emergência e Catástrofe, Polo Residencial / Alojamento e Polo de Gestão Centralizada.
O projeto “assenta num conceito holístico de saúde que integra a prestação de cuidados com a investigação clínica e formação pré e pós-graduada, proporcionando também o suporte logístico aos utilizadores do Campus”, refere o documento.
O plano define que, do investimento total, cerca de 30 milhões de euros serão destinados a obras de requalificação do edificado e nova construção e cerca de cerca de 10 milhões de euros a equipamentos.
A este valor acresce um investimento estimado de cerca de dois milhões de euros relativo ao projeto de execução, revisão de projeto e trabalhos de fiscalização e supervisão das empreitadas de construção.
Na parte melhor preservada do edifício do antigo sanatório, deverá começar a funcionar, ainda este ano, a primeira fase do projeto, com a abertura de uma Unidade de Saúde Familiar (USF) académica, abrangendo nove mil utentes da cidade que não têm hoje médico de família.
Nos próximos cinco anos, a FMUL pretende criar uma unidade de cuidados interdisciplinares em doenças crónicas, com capacidade de internamento para dois mil doentes, um centro de investigação clínica, um centro de investigação em tecnologias da saúde viradas para a inteligência artificial, um centro académico com formação pré e pós-graduada e alojamento universitário de curta duração.
O projeto, que junta outras universidades e privados, não tem ainda financiamento assegurado, mas é uma prioridade dos parceiros vir a candidatá-lo aos próximos fundos comunitários.
Com uma área de construção de 13.435 metros quadrados em 25.926 metros quadrados de terreno, o campus de saúde deverá empregar no futuro cerca de 400 pessoas.
O edifício encontra-se devoluto desde 2013, ano em que foram transferidos serviços do Centro Hospitalar do Oeste que aí funcionavam e o espaço deixou de ser gerido por esta instituição.
A participação do município de Torres Vedras na associação gestora do projeto terá ainda que ser aprovada em Assembleia Municipal, onde o PS tem maioria.
LUSA/HN
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