“Apenas no Líbano, 28 profissionais de saúde foram mortos nas últimas 24 horas. Muitos trabalhadores da saúde não se apresentam ao serviço, porque deixam os locais de trabalho devido aos bombardeamentos”, lamentou o diretor-geral da OMS, em conferência de imprensa.
Israel intensificou nas últimas duas semanas a campanha contra o grupo xiita libanês Hezbollah, que já fez quase dois mil mortos no Líbano, entre os quais vários membros destacados do movimento, incluindo o líder Hassan Nasrallah.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, adiantou ainda que, em Beirute, três hospitais foram forçados a retirar todo o seu pessoal e os doentes, enquanto outros dois tiveram de ser parcialmente evacuados.
“Os trabalhadores humanitários e da saúde, incluindo pessoal da OMS, têm feito um trabalho incrível sob condições muito difíceis e perigosas e com meios limitados. E, mesmo assim, os cuidados de saúde continuam sob ataque”, salientou o responsável da organização que integra o sistema da ONU.
Tedros Adhanom Ghebreyesus adiantou ainda que a OMS, que está a trabalhar com o Ministério da Saúde Pública do Líbano para apoiar os hospitais do país, pretende enviar um grande carregamento de material médico na sexta-feira para o Líbano, mas o “quase completo encerramento do aeroporto de Beirute” pode inviabilizar essa pretensão.
“A OMS apela a todas as partes para facilitarem os voos que permitam entregar o material muito necessário nos hospitais libaneses”, referiu também o diretor-geral da organização.
As Forças Armadas de Israel (IDF, na sigla em inglês) iniciaram esta semana ataques terrestres “limitados, localizados e direcionados” contra “alvos terroristas e infraestruturas do Hezbollah no sul do Líbano”.
O recrudescimento das hostilidades insere-se nos combates que se arrastam há cerca de um ano, depois de o Hezbollah ter atacado o território israelita um dia após a ofensiva de 07 de outubro de 2023 do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e de outras fações palestinianas contra Israel, na qual morreram cerca de 1.200 pessoas e outras 250 foram raptadas.
O Hezbollah integra o chamado “Eixo da Resistência”, uma coligação liderada pelo Irão e contra Israel de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes huthis do Iémen.
LUSA/HN
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