Técnicos Superiores de Saúde do SNS exigem ao Governo revisão salarial urgente

22 de Outubro 2024

Um grupo de Técnicos Superiores de Saúde (TSS) exige ao Governo uma revisão salarial urgente, com efeitos a partir de janeiro de 2025, considerando que a falta de reconhecimento da carreira tem contribuído “para a insustentabilidade do SNS”.

Numa carta aberta endereçada ao Ministério da Saúde, Biólogos, Bioquímicos, Físicos, Nutricionistas, Psicólogos Clínicos e Engenheiros Sanitaristas, que exercem atividade de TSS, manifestam “a sua profunda preocupação face ao desinvestimento grave e continuado que a sua carreira tem sofrido ao longo de três décadas”.

De acordo com estes profissionais, desde a criação da carreira, em 1991, não tem havido “qualquer revisão ou reestruturação”, sendo a “única sob a tutela do Ministério da Saúde nessa condição”.

“Exigimos uma atualização salarial urgente, com efeitos a janeiro de 2025, restabelecendo os níveis remuneratórios praticados em 1999”, salientam, reforçando que “a falta de revisão desta carreira, assim como a não adequação salarial, tem causado sérios prejuízos a estes profissionais e às unidades onde prestam serviço, contribuindo para a insustentabilidade do SNS”.

Para os signatários, a medida “deve ser encarada como um investimento indispensável para garantir a sustentabilidade e a qualidade dos serviços prestados, assegurando condições dignas e justas” dos TSS.

“Os TSS desempenham funções críticas, especializadas e de elevada responsabilidade, sendo essenciais para o funcionamento transversal do SNS [Serviço Nacional de Saúde] e das unidades de saúde privadas”, sustentam.

Lembrando que o reconhecimento dos TSS deve ser “visto como um investimento estratégico e fundamental para a sustentabilidade do sistema de saúde”, os profissionais referem que o desinvestimento na carreira, “perpetuado pelos sucessivos governos, compromete a motivação e o moral destes quadros, impactando negativamente a qualidade dos cuidados prestados aos cidadãos”.

“É importante salientar que o reconhecimento dos TSS deve ser visto como um investimento estratégico e fundamental para a sustentabilidade do sistema de saúde”, sublinham.

Os profissionais em causa atuam nas áreas das análises clínicas e embriologia (ramo de laboratório), genética humana (ramo de genética), física médica (ramo de física hospitalar), psicologia clínica (ramo de psicologia clínica), nutrição (ramo de nutrição) e saúde ambiental (ramo de engenharia sanitária), desenvolvendo e implementando novos métodos de diagnóstico, tratamento e prevenção em saúde.

“A sua atuação é determinante para a ligação entre a ciência fundamental e a prática clínica”, em unidades de cuidados de saúde primários, em ambiente hospitalar e em unidades laboratoriais e de investigação do SNS, acrescentam.

LUSA/HN

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