Ministro da Presidência acusa PS de inação e de falta de investimento no INEM

8 de Novembro 2024

O ministro da Presidência lamentou hoje as mortes por alegada falta de socorro do INEM e acusou o PS de inação e de falta investimento no instituto de emergência médica durante oito anos.

“Quaisquer mortes que aconteçam por relação com a atuação do Estado são de lamentar profundamente e merecem avaliação e investigação e essa investigação foi ordenada para perceber os contornos de cada uma delas, para que possamos analisar e decidir em conformidade com cada uma delas”, disse António Leitão Amaro, que está a ser ouvido no parlamento no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025.

A deputada do PS Isabel Moreira questionou o ministro da Presidência sobre a greve às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) que segundo os ‘media’ terão levado à morte de sete pessoas, lamentando que a ministro da Saúde nada tenha feito para impedir o início da paralisação, uma vez o sindicato lhe deu 10 dias para iniciar negociações.

“A senhora deputada falou de 10 dias, 10 dias não são 3.000 dias, nem 8 anos de inação”, disse Leitão Amaro, numa referência aos oito anos de governação socialista, que terminaram em abril.

Para o ministro, quando faz uma “avaliação política das causas para os problemas dramáticos que o INEM enfrenta, o PS precisaria de ter um bocadinho de pudor”.

O ministro acusou o PS de ter a “responsabilidade de oito anos de desinvestimentos, de falta de recursos humanos, de desvalorização dos profissionais, de ignorância das reivindicações dos TEPH”.

“Da parte deste Governo, não resolvemos todos os problemas num dia, estamos a tomar a medidas”, disse, dando como exemplo a abertura de mais 200 vagas para TEPH, a aprovação de mais 320 veículos de emergência médica e a contratação de quatro helicópteros que passem a funcionar 24 horas por dia.

O ministro afirmou ainda que a greve às horas extraordinárias foi suspensa “por força do diálogo” em que o Governo está empenhado.

As falhas ou os atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), devido à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar têm levantado forte polémica e já terão levado à morte de pelo menos seis pessoas.

Os técnicos de emergência pré-hospitalar estiveram em greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, desde 30 de outubro, paralisação que foi na quinta-feira suspensa depois de o sindicato ter assinado um protocolo negocial com o Ministério da Saúde.

A situação tem estado a criar vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha de emergência 112.

Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.

Pelo menos seis pessoas terão morrido na última semana em consequência dos atrasos no atendimento na linha 112, tendo o INEM já confirmado o impacto da greve.

Na quinta-feira, o Ministério Público anunciou que abriu um inquérito à morte de uma mulher no Hospital Garcia de Orta, em Almada, para onde foi transportada na segunda-feira pela PSP, após o INEM não responder ao pedido de socorro.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Rui Afonso é o novo partner da ERA Group

Rui Afonso é o novo partner da ERA Group, consultora especializada em otimização de custos e processos para as empresas. Com mais de 25 anos de experiência em gestão de negócios, vendas e liderança de equipas no setor dos dispositivos médicos, reforça agora a equipa da ERA Group em Portugal, trazendo a sua abordagem estratégica, motivação e paixão pelo setor da saúde. 

Fundação Portuguesa de Cardiologia – Delegação Norte lança “Ritmo Anárquico”, programa de rastreios gratuitos à fibrilação auricular

A Fundação Portuguesa de Cardiologia – Delegação Norte vai lançar a campanha “Ritmo Anárquico”, um programa de rastreios gratuitos à fibrilação auricular na região norte do País. A iniciativa vai arrancar na sede da Fundação Portuguesa de Cardiologia, no Porto, no dia 4 de abril, com rastreios a decorrer entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 17h00.

Fórum da Saúde Respiratória debate a estratégia para a DPOC em Portugal

Com o objetivo de colocar as doenças respiratórias como uma prioridade nas políticas públicas de saúde em Portugal, terá lugar no próximo dia 9 de abril, das 9h às 13h, no edifício Impresa, em Paço de Arcos, o Fórum Saúde Respiratória 2025: “Doenças Respiratórias em Portugal: A Urgência de Uma Resposta Integrada e Sustentável”.

Gilead, APAH, Exigo e Vision for Value lançam 4ª Edição do Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem

O Programa Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem anuncia o início da sua 4ª edição, reforçando o compromisso com a promoção da cultura de Value-Based Healthcare (VBHC) em Portugal. Esta edição conta com um novo parceiro, a Vision for Value, uma empresa dedicada à implementação de projetos de VBHC, que se junta à Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), EXIGO, Gilead Sciences, e ao parceiro tecnológico MEO Empresas.​

Medicamento para o tratamento da obesidade e único recomendado para a redução do risco de acontecimentos cardiovasculares adversos graves já está disponível em Portugal

O Wegovy® (semaglutido 2,4 mg), medicamento para o tratamento da obesidade, poderá ser prescrito a partir do dia 1 de abril de 2025 em Portugal, dia em que a Novo Nordisk iniciará a sua comercialização e abastecimento aos armazenistas. O Wegovy® estará disponível nas farmácias portuguesas a partir do dia 7 de abril.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights