Pela primeira vez sozinhos, estudantes procuram nutricionista para “aprender a comer melhor”

1 de Dezembro 2024

A viverem sozinhos pela primeira vez, alguns estudantes do ensino superior recorrem aos cheques-nutricionista para “aprender a comer melhor”, mas muitos só procuram ajuda depois de sofrerem alterações de peso, relata a Ordem dos Nutricionistas

A partir deste ano, os estudantes do ensino superior passaram a ter acesso a consultas gratuitas com um nutricionista e, até novembro, perto de três mil já tinham procurado aproveitar essa oportunidade: dos 2.781 pedidos realizados, foram atribuídos 1.019 cheques.

Muitas das consultas agendadas ainda não se realizaram, mas de acordo com um balanço provisório feito à Lusa pela bastonária da Ordem dos Nutricionistas, existem experiências comuns e a maioria dos estudantes parece quer “aprender a comer melhor”.

“Do ponto de vista da deslocalização a que são obrigados, muitos deles estão a morar sozinhos pela primeira vez e têm de gerir a confeção das suas refeições. A procura da consulta vem no sentido de melhorar os seus hábitos e de aprender a gerir a alimentação”, explicou Liliana Sousa.

Para alguns, não se trata apenas de morarem sozinhos, mas também de estarem numa residência ou numa casa que partilham com vários colegas, e onde as condições para cozinhar nem sempre são ideais.

Nesses casos, explica a bastonária, as consultas também ensinam a tomar decisões mais saudáveis perante a necessidade de recorrer a refeições pré-feitas.

Depois de ouvir nutricionistas que já começaram a acompanhar estudantes no âmbito da medida, Liliana Sousa relata que, apesar dessa preocupação, muitos só procuram as consultas na sequência de alterações de peso.

“O estudante não vai propriamente à procura de educação alimentar por si só, vai habitualmente já em consequência de alguma alteração que sentiu”, refere a bastonária, sublinhando que, apesar da atenção particular aos “estudantes de primeira viagem”, as consultas são importantes também para os jovens que, estando no ensino superior há mais tempo, ainda lidam com o impacto dessa mudança.

“Também esses estão a recorrer para conseguirem combater algo que já identificaram e veem agora nesta oportunidade uma forma de conseguirem combater aquilo que já lhes vinha a pesar ao longo da vida universitária”, explicou.

Independentemente do motivo, os profissionais entendem que a maioria dos estudantes não procuraria apoio sem as consultas gratuitas e, por isso, a bastonária saúda a medida do Governo, que, além das consultas com nutricionista, disponibiliza também cheques para consultas com psicólogo.

Os pedidos são feitos através da página da Internet do Governo (www.gov.pt) e, no caso do nutricionista, os estudantes podem ter acesso a entre uma e seis consultas, estando previsto o limite de um total de 50 mil cheques.

NR/HN/Lusa

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