Câmara da Nazaré quer retomar surf na Praia do Norte e pede reunião urgente à DGS

5 de Novembro 2020

A câmara da Nazaré solicitou esta quarta-feira uma reunião urgente à Direção Geral da Saúde (DGS) para apresentar um Plano de Contingência que permita retomar o surf na Praia do Norte, atualmente proibida por questões de segurança.

Em comunicado, o presidente da Câmara da Nazaré, Walter Chicharro, explicou que o objetivo da reunião será “apresentar um Plano de Contingência, desenvolvido em conjunto com a proteção civil, bombeiros voluntários, PSP e Capitania do Porto da Nazaré”, no qual se propõe “condicionar todos os acessos às zonas de assistência”.

O plano prevê a restrição de público atraído pelas ondas gigantes a “um máximo de duas mil e quinhentas pessoas, que ficarão distribuídas pela zona do farol, da encosta e no areal da própria praia”, refere o comunicado.

O controle do número de pessoas que acederão à Praia do Norte, onde desde segunda-feira decorre o período de espera do Nazaré Tow Surfing Challenge – evento da Liga Mundial de Surf (WSL) que se estende  até 31 de março de 2021 – será feito, segundo o autarca, através da redução dos acessos “a apenas três pontos, com contagem cumulativa e em tempo real, enquanto funcionários da autarquia, agentes da Polícia Marítima e da PSP patrulharão toda a zona de público, de forma a fazer cumprir as regras em vigor”.

Walter Chicharro admite o recurso a segurança privada, “de forma a que as forças da autoridade fiquem disponíveis para tarefas de fiscalização e cumprimento da  lei  e acrescenta que a  autarquia “assumirá todos os custos envolvidos” e  está a desenvolver esforços para  garantir que “as próximas sessões de ‘Tow-in’ [em que um surfista é rebocado para a onda por uma mota de água] tenham transmissão on-line nas plataformas do município, de forma a que não seja quebrada a ligação ao mundo”.

A autarquia reage assim ao despacho da Capitania do Porto da Nazaré, que interditou a Praia do Norte a qualquer atividade de surf, com base num parecer negativo das autoridades de saúde, alegando perigo para a saúde pública.

No despacho o Capitão do Porto, Zeferino Henriques, interdita as atividades de Fere Surf e Tow-in Surfing”, sustentando a proibição num parecer do Delegado de Saúde Regional da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo, devido “à promoção da aglomeração de público, que constitui um risco acrescido para a saúde pública”, no atual contexto de pandemia da Covid-19.

Walter Chicharro defende, no entanto, que “o trabalho dos profissionais das ondas gigantes pode ser feito com o estrito controlo de quem pretende assistir às sessões de free-surf”, procurando conseguir com a apresentação do Plano de Contingência “garantir o regresso da modalidade, que tanto projetou a Nazaré e Portugal no mundo, ao mesmo tempo que se garantirá o escrupuloso cumprimento das regras implementadas pela pandemia que vivemos e a sobrevivência das dezenas de profissionais”, como surfistas, ‘spotters’, fotógrafos, produtores de vídeo e hoteleiros, entre outros.

“O investimento que a Câmara Municipal e Portugal têm feito na globalização deste fenómeno, nomeadamente com a campanha do Turismo de Portugal na Times Square (Nova Iorque) com a onda da Nazaré, e com o apoio dos surfistas que procuram a Nazaré em busca das ondas da sua vida e de baterem recordes, tem de ser respeitado”, avisa Walter Chicharro, garantindo, ao mesmo tempo, “um eficaz controlo de acessos e imposição das regras sanitárias por parte de quem queira assistir, e assim fazer com que os surfistas possam sair para a água”.

LUSA/HN

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