EUA pode recuperar “normalidade relativa” na segunda metade de 2021

15 de Novembro 2020

O principal epidemiologista da Casa Branca, Anthony Fauci, considerou hoje que os Estados Unidos poderão regressar a uma “normalidade relativa” no segundo ou terceiro trimestre de 2021, advertindo, contudo, que isso depende de vários fatores, como a futura vacina.

“Temos de fazer com que as pessoas sejam vacinadas, pois se conseguirmos que a esmagadora maioria a receba e, por um lado, esta seja eficaz e, por outro lado, haja um alto nível de utilização, poderemos começar a fazer as coisas voltar a uma normalidade relativa à medida que entrarmos no segundo e quarto trimestres do ano”, disse Fauci, entrevistado pela cadeia de televisão CNN.

Ainda assim, insistiu que terão de verificar-se uma série de fatores: “Temos uma vacina, tem de ser distribuída e não podemos abandonar medidas fundamentais de saúde pública. Pode-se alcançar-se um grau de normalidade ao mesmo tempo que se fazem coisas fundamentais para a saúde pública”.

Questionado sobre o processo de transição da administração de Donald Trump para o futuro Governo do democrata Joe Biden, Fauci opinou que o desejável é que os funcionários governamentais comecem a trabalhar o quanto antes com a equipa do antigo vice-presidente de Barack Obama (2009-2017) no que se refere à crise sanitária.

“Claro que seria melhor se pudéssemos começar a trabalhar com eles”, disse o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID em inglês).

“Como sabe, atravessei múltiplas transições, tendo trabalhado ao longo de 36 anos para seis presidentes. E é muito claro que o processo de transição que estamos a atravessar é realmente importante para uma passagem tranquila da informação, é como se fosse a passagem do testemunho numa corrida”, acrescentou.

Fauci advertiu ainda: “Não se quer parar e passar a alguém, essencialmente o que se deseja é continuar”.

A 07 de novembro, Biden foi declarado vencedor das eleições presidenciais segundo as projeções dos meios de comunicações social, mas o Presidente cessante, Donald Trump, não reconheceu a derrota e alegou fraude eleitoral, deixando sinais de que não facilitará uma transição pacífica do poder.

Na última semana, os EUA, o país mais afetado pela pandemia, com quase 11 milhões de infetados pelo novo coronavírus e mais de 245 mil mortes, registou recordes diários de contágios, chegando na sexta-feira ao número inédito de 187.095 novas infeções.

Apesar deste aumento dos números, Fauci afastou o cenário de um confinamento nacional, mas admitiu poder vir a ser ordenada a quarentena em lugares específicos.

“Se não conseguirmos inverter a subida (…) não vamos impor um confinamento nacional, creio que isso está muito claro, mas acho que vamos começar a agir a nível local, ou seja, com governadores, autarcas ou pessoas à escala local que terão, como você disse, restrições do tipo cirúrgico, que são o equivalente funcional a um confinamento local”, comentou.

Esta semana, a farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou que a sua vacina contra a SARS-CoV-2 tem uma eficácia de 90%, acima do exigido pelas entidades reguladoras do país, o que permite esperar uma rápida autorização de emergência para ser posta ao serviço da população.

LUSA/HN

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