Angola oferece tratamento a 1.500 doentes com insuficiência renal

14 de Dezembro 2020

A ministra da Saúde angolana disse esta segunda-feira que a insuficiência renal é um problema de saúde pública em Angola, marcado por um número crescente de pacientes, estimado até este mês em cerca de 1.500 pacientes em todo país.

Sílvia Lutucuta, que discursava hoje na cerimónia de inauguração do maior centro de hemodiálise de Angola, em Luanda, disse que o impacto da doença na sociedade começa a ser significativo.

A governante angolana disse que a hipertensão arterial é apontada como a primeira causa da insuficiência renal crónica em Angola, seguida de diabetes, e como causa da insuficiência renal aguda, uropatia obstrutiva e a malária.

Segundo Sílvia Lutucuta, a mudança do padrão epidemiológico que se assiste no país é causada fundamentalmente pela alteração do estilo de vida, que leva ao aumento da incidência de doenças crónicas não transmissíveis, das quais destaca-se a insuficiência renal, que pela sua dimensão tem provocado um impacto negativo na vida das pessoas e constitui uma subcarga crescente para a economia do país e particularmente para os serviços hospitalares e sociais.

“São também relevantes como fatores de risco mais frequentes no nosso país, para além da diabetes, hipertensão arterial, os erros alimentares, a obesidade, o sedentarismo, o consumo de tabaco e álcool, que também potenciam o risco de desenvolver a doença renal”, frisou.

A titular da pasta da Saúde em Angola salientou que a questão da insuficiência renal reveste-se de particular importância, requerendo esforços e apresentando desafios na sua abordagem, que deverá estar assente na melhoria de prestação de cuidados de saúde multidisciplinares aos doentes, na cooperação entre setores, na estratificação de risco da população e na melhoria da comunicação entre doentes e prestadores de saúde.

De acordo com a ministra, a hemodiálise é um desafio nacional com elevados custos financeiros para o Estado, nesse sentido, está a ser implementado um programa de centros públicos e regionais, baseado na eficiência técnica e na melhoria contínua da qualidade dos cuidados de saúde e satisfação dos doentes, e, por outro lado, não menos importante, a redução e custos.

O novo centro tem uma capacidade instalada de 70 máquinas e 189 profissionais, que vão funcionar em três turnos por dia, para atender 420 doentes, prevendo-se a curto prazo o aumento de mais um turno, que permitirá estender o atendimento até 560 pacientes.

Por esta altura, existe já uma capacidade máxima a nível nacional para dialisar no setor público 1.232 doentes, das quais 888 em Luanda, com a inauguração do novo centro.

LUSA/HN

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