Angola aprova Plano de Vacinação que prioriza pessoas acima dos 40 anos

21 de Dezembro 2020

 A campanha de vacinação contra a Covid-19 em Angola, cujo arranque está previsto para fevereiro de 2021, vai ser realizada em três etapas, com prioridade para as pessoas com mais de 40 anos, anunciou esta segunda-feira o Governo angolano.

O anúncio foi feito pela ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, no final de uma reunião ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente angolano, João Lourenço, na qual foi aprovado o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19.

Sílvia Lutucuta disse que está a ser concluída a preparação de condições de logísticas locais, nomeadamente câmaras de frio, que são fundamentais, prevendo que até ao final de janeiro a situação esteja resolvida.

“Por outro lado, cremos, de acordo com o plano que nos foi enviado pela Iniciativa Covax, que a partir de fevereiro começamos a receber vacinas”, disse a ministra.

Segundo Sílvia Lutucuta, as 12 milhões de doses de vacinas para Angola vão chegar por etapas e são gratuitas.

“Há uma promessa que chegarão várias doses e nós, de acordo com a estratificação de risco que será feita, vamos anunciar quem são as pessoas prioritárias para a vacinação”, referiu.

O Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 prevê a imunização na primeira fase de pessoas acima dos 40 anos, de grupos específicos – com comorbidade, com elevada exposição (vendedores de mercados, motoristas de transportes públicos, moto-taxistas) e com idade avançada.

“Nós prevemos vacinar 95% desse grupo (pessoas com comorbidade, pessoas muito expostas e pessoas que têm idade avançada). Pessoas com mais de 60 anos só temos 2,5% da nossa população. Como temos 12 milhões de doses, dá para vacinar cerca de 6 milhões de pessoas, nós vamos baixar a nossa faixa a pessoas com 40 anos de idade”, explicou a ministra.

A segunda etapa, prosseguiu Sílvia Lutucuta, vai abranger as pessoas dos 20 aos 39 anos, sendo que para os menores de 20 anos, deverá acontecer provavelmente em 2022.

A titular da pasta da Saúde frisou que o custo de fabricação da vacina estipulado pela Iniciativa Covax é de sete dólares, por dose, mas para Angola elas são “uma doação, é um investimento a fundo perdido da Iniciativa Covax e eles é que vão financiar as vacinas”.

De acordo com a governante angolana, as verbas do Orçamento Geral do Estado serão para custos operacionais e reforço da cadeia de frio, “porque é preciso fazer uma grande mobilização de recursos”.

“A primeira fase vai custar mais de 100 milhões de dólares, em que mais de 90 milhões será da Iniciativa Covax, que é o custo da vacina. Mas é importante dizer que a vacina cá é gratuita para toda a gente”, salientou.

A nível nacional, avançou a ministra, decorrem trabalhos de preparação de condições para as campanhas de vacinação – formação de pessoal, preparação da cadeia logística.

“E é neste contexto que a comissão multissetorial vai coordenar ao mais alto nível a campanha de vacinação ou Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 e teremos intervenção de vários setores, com uma abrangência nacional”, sublinhou.

“Estamos já a trabalhar nas cadeias de frio, estamos a melhorar o nosso depósito de vacinas, que está a ser construído por esta altura e que será concluído em janeiro para termos condições e também estamos a fazer a aquisição de câmaras frigoríficas para colocar nas várias províncias”, acrescentou.

Angola registou até à data um total de 16.644 infeções, 387 óbitos e 9.592 doentes recuperados.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.685.785 mortos resultantes de mais de 76,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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