“De acordo com a informação recolhida, foi ainda possível constatar que do total das 7.756 reclamações apuradas, 990 estão relacionadas com a pandemia”, concluiu o Relatório sobre Reclamações no Ecossistema da Mobilidade e dos Transportes do primeiro semestre de 2020, hoje divulgado pela AMT.
Segundo a autoridade dos transportes, dos principais motivos das reclamações ligadas à pandemia, verificam-se, sobretudo, situações referentes a “pedidos de reembolso devidos pelo cancelamento de serviços”, “não cumprimento de regras de higienização”, “não cumprimento de regras de distanciamento físico”, “questões de segurança” e “uso de máscaras”.
O relatório concluiu também que o setor rodoviário é aquele que comporta a maior parte das queixas relacionadas com os motivos elencados, contabilizando 59,6% do total, seguindo-se o setor ferroviário, com 35,4%, e o setor fluvial, com 4,1%.
Nos três primeiros meses do ano, foram registadas mais reclamações do que no mesmo período de 2019: mais 67% em janeiro, 71,8% em fevereiro e 30,6% em março.
No entanto, no segundo trimestre do ano, verificou-se uma diminuição das reclamações, face aos meses homólogos do ano passado, “resultado já da pandemia, com os meses de abril, maio e junho a apresentarem reduções na ordem dos 52,7%, 70,9% e 44,2% respetivamente”.
“Estes valores são explicados pelas restrições à mobilidade das pessoas impostas após ter sido decretado o primeiro estado de emergência, a 18 de março de 2020, devido à pandemia de Covid-19, refletindo-se em reduções significativas da oferta, situação que foi sofrendo oscilações em função das variações na procura”, apontou a AMT.
O relatório hoje divulgado revelou que a AMT recebeu, em média, 43 reclamações por dia no primeiro semestre, um total de 7.756 naquele período, que representa uma descida de 11% face ao período homólogo (8.713).
No total de 17 motivos principais de reclamações, 68,4% prendem-se com queixas sobre o “cumprimento defeituoso, cumprimento não conforme com o contrato, incumprimento”, os “preços, pagamento, bilheteiras”, e a “qualidade do atendimento, atendimento deficiente nos estabelecimentos e no atendimento telefónico”, os mesmos motivos invocados pelos utentes no primeiro semestre de 2019.
LUSA/HN
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