“Para cada grupo considerado importante, como os residentes dos lares, o espaço de vacinação não vai ser muito grande: uns são vacinados numa semana, outros na semana a seguir”, começou por afirmar Graça Freitas na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a evolução da pandemia, acrescentando: “Quero deixar uma palavra de tranquilidade. É uma questão de dias e os critérios são transparentes”.
Em relação aos critérios de seleção dos utentes dos estabelecimentos residenciais para idosos para receberem a vacina nesta primeira fase, Graça Freitas lembrou que a ‘task-force’ constituída pelo Governo para coordenar a vacinação está a analisar os critérios e indicou que a legalidade desses espaços não vai afetar o processo e será “tratado da mesma maneira” pelas autoridades de saúde.
“Quanto aos critérios, podemos usar mais do que um critério; por exemplo, o critério de lares que estejam localizados em concelhos de alta incidência – em que a probabilidade de haver penetração do vírus no lar e originar um surto é maior; um outro critério é o tamanho e a densidade populacional do lar – que poderá ter implicações maiores se tiver um surto; e o critério dos lares que tiverem surtos ativos, que não vão ser vacinados em pleno surto”.
Paralelamente, a diretora-geral da saúde atualizou os dados de surtos ativos em lares para 153, dos quais 147 deles em estabelecimentos residenciais para idosos (ERPI) e seis na rede nacional de cuidados continuados, totalizando 4.946 pessoas infetadas.
Questionada sobre a inclusão de elementos dos órgãos de soberania nesta primeira fase de vacinação, à semelhança do que outros países europeus fizeram, Graça Freitas vincou que a decisão sobre esta matéria não passa pela Direção-Geral da Saúde (DGS), mas lembrou que exercem “funções muito importantes para a sociedade” e que é uma questão ainda em aberto.
“Nada impede que se considere vacinar órgãos de soberania”, indicou, sem deixar de destacar: “A DGS só recomenda, não decide. A DGS é favorável a que órgãos de soberania possam ser vacinados. Sobre a questão das prioridades, preferíamos que fossem decididas pelos próprios órgãos de soberania”.
Portugal contabiliza pelo menos 6.751 mortos associados à covid-19 em 400.002 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
LUSA/HN
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