Bastonário da Ordem dos Médicos diz ser “urgente” resposta organizada para travar danos na Saúde

16 de Fevereiro 2021

O bastonário da Ordem dos Médicos considerou esta terça-feira "urgente uma resposta organizada e coordenada" para "travar o impacto" da pandemia em "vários indicadores", exemplificando com a "diminuição da esperança média de vida nas idades mais avançadas".

Em comunicado enviado à agência Lusa, Miguel Guimarães e o Gabinete de Crise para a Covid-19 daquela ordem profissional sublinham que os quase 20 mil óbitos em janeiro “refletem o profundo impacto na resposta assistencial aos cidadãos residentes em Portugal que a gestão da pandemia está a ter e, em particular, nos doentes não-covid”.

Neste contexto, alertam que “é urgente uma resposta organizada e coordenada das estruturas de saúde que assegure uma progressiva e rápida normalização do atendimento assistencial global, para travar o impacto da pandemia em vários indicadores de saúde, nomeadamente na diminuição da esperança média de vida nas idades mais avançadas”.

Quanto ao combate à Covid-19, o caminho a seguir, aponta aquela Ordem, passa agora por “monitorizar a eficácia do confinamento a nível regional (NUTS II) com acompanhamento permanente” de vários indicadores.

“A incidência de novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias e respetiva tendência, o rt [índice de transmissibilidade] local, a taxa de positividade dos testes de diagnóstico, o atraso na realização dos inquéritos epidemiológicos e a percentagem de cobertura vacinal” dos profissionais de saúde e da população com 80 ou mais anos”, enumera.

A Ordem dos Médicos assinala ser “determinante criar condições para a efetiva operacionalização quer da vigilância epidemiológica, quer da testagem precoce e imediata de todos os contactos de alto risco”, salientando que desde julho defendia aquela vigilância, mas que “só agora é obrigatória, a par da indispensável vigilância laboratorial da circulação de novas variantes”.

Miguel Guimarães e o Gabinete de Crise para a Covid-19 da Ordem dos Médicos “reiteram que o combate à pandemia é ganho na comunidade”, deixando um outro alerta.

“Para esmagarmos a onda pandémica é essencial o envolvimento e a adesão da população às medidas de prevenção, bem como a manutenção do confinamento até que a evolução favorável e sustentada dos indicadores epidemiológicos permita a sua reversão”, dizem.

LUSA/HN

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