Em declarações à agência Lusa, Rui Vaz, diretor do Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) e o impulsionador da ideia, explicou hoje que a carta pretende “não deixar cair no esquecimento uma fase que foi e é particularmente má para todos”.
“Queremos um reconhecimento simbólico e não deixar que o tempo apague isso”, afirmou, acrescentando que “isso” foi o modo como o Hospital de São João desempenhou o seu papel nesta pandemia.
“Parece-me evidente que o desempenho do hospital nesta segunda fase da pandemia tem sido exemplar, quer em relação aos doentes Covid-19, quer em relação aos doentes não Covid”, frisou.
O neurocirurgião lembrou que, aquando da primeira fase da pandemia da Covid-19, a sua especialidade, que é “particularmente crítica”, “esteve praticamente fechada”, mas que a resposta a esta segunda fase permitiu “um equilíbrio”.
“A minha especialidade é particularmente crítica porque precisa muito de Cuidados Intensivos. Sem Cuidados Intensivos quase não operamos e, nesta segunda fase, conseguimos um equilíbrio que nos permitiu dar resposta a todos os doentes. O modo como as coisas foram feitas, quer tomando medidas antes do tempo, quer organizando quando o problema já existia, permitiu manter uma resposta qualitativa aos doentes muito importante”, salientou.
A resposta “exemplar” da unidade hospitalar motivou o neurocirurgião a partilhar com cerca de 80 diretores de serviço e enfermeiros chefe a sua ideia: “reconhecer quem trabalha com qualidade no âmbito do Serviço Nacional de Saúde e que fez um trabalho meritório para os doentes e profissionais”.
A “imediata adesão” destes profissionais levou a que Rui Vaz partilhasse o abaixo-assinado pelas restantes equipas do São João, sendo que, numa semana, reuniu mais de 1.000 assinaturas de profissionais de áreas clínicas e não clínicas, afetas ou não à Covid-19.
Na carta, a que a Lusa teve acesso e enviada ao Presidente da República, Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde e outras entidades, os profissionais afirmam que a gestão realizada pelo Conselho de Administração “leva a considerar justo e merecido um adequado ato de reconhecimento simbólico”.
Os signatários deixam ainda expresso a sua “confiança, solidariedade e orgulho” pelo trabalho e gestão do Hospital de São João.
Lusa/HN
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