Vacinação e rastreios não são comparáveis, diz Governo sobre as escolas privadas

10 de Março 2021

O secretário de Estado da Saúde considerou esta quarta-feira que a vacinação do pessoal docente e não docente das escolas, incluindo privadas, não é comparável à realização de rastreios apenas nos estabelecimentos de ensino públicos.

“A primeira comunicação que fizemos sobre a vacinação [contra a Covid-19] foi que era universal, voluntária e gratuita. Portanto, não está em causa, nem nunca estaria em causa, qualquer questão relativamente a este tema. Não é comparável”, disse Diogo Serras Lopes à margem da apresentação das unidades móveis de vacinação, disponibilizadas ao Governo pela Fundação Gulbenkian. Questionado sobre se o plano de testagem seria alargado também às escolas privadas, agora incluídas na vacinação, o secretário de Estado disse apenas que não era comparável e apesar da insistência dos jornalistas, Diogo Serras Lopes recusou-se a adiantar se haveria disponibilidade para rever os critérios para a realização de testes de diagnóstico nos estabelecimentos de ensino.

“O que está definido é que o plano de desconfinamento será apresentado amanhã [quinta-feira] e esses temas serão tratados dentro do contexto do plano de desconfinamento”, respondeu, acrescentando que também os pormenores da vacinação serão apresentados nessa altura.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) incluiu nos grupos prioritários da fase 1 para a vacina contra a Covid-19 os professores e o pessoal não docente.

Segundo a atualização da norma da DGS, hoje divulgada, estão abrangidos os que trabalham nos estabelecimentos de ensino e educação e nas respostas sociais de apoio à infância dos setores público, privado e social e cooperativo, “de acordo com o plano logístico que será implementado”.

Sobre esta alteração, o coordenador da ‘task-force’ para a vacinação contra a Covid-19, que também esteve presente na cerimónia ao fim da manhã frente ao Museu Calouste Gulbenkian, acrescentou que a inclusão dos docentes e não docentes serve o propósito de “garantir a resiliência do Estado”.

“O que estamos a fazer é dedicar 90% das vacinas aos grupos que têm a ver com salvar vidas e 10% a ganhar resiliência no Estado. Por enquanto há uma escassez de vacinas, mas conforme vamos avançando para o fim de março e início de abril, vamos passar de um período de transição de escassez de vacinas, para um período em que há vacinas suficientes para fazer um ataque em paralelo em todas as necessidades”, disse.

Sobre esse reforço no número de vacinas, o vice-almirante Gouveia e Melo assegurou ainda que todas as doses que chegam ao país são imediatamente administradas e, por isso, à medida que sejam disponibilizadas em maior quantidade, também o ritmo da vacinação será maior.

“Nós não abrandamos nada, nós adaptamos a velocidade em função das vacinas que chegam ao território nacional. Elas estão a chegar e quando chegarem em maior quantidade, nós aceleramos o ritmo de vacinação”, afirmou.

De acordo com o coordenador, a expectativa da ‘task-force’ é que no segundo trimestre do ano, a partir de abril, o ritmo de vacinação possa passar de uma média de entre 22 mil e 30 mil vacinas administradas por dia para uma média de 100 mil.

Mais de 293 mil portugueses têm a vacinação contra a Covid-19 completa com as duas doses, de acordo com o último relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS), segundo o qual já foram administradas um total de 1.032.907 vacinas desde 27 de dezembro.

O mesmo relatório, divulgado na terça-feira, avança ainda que 739.662 pessoas já foram vacinadas com a primeira dose, o que representa 8% da população.

Lusa/HN

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