Argentina impõe novas medidas e suspende voos de Brasil, Chile e México

26 de Março 2021

A Argentina anunciou esta sexta-feira a imposição de novas medidas de controlo da Covid-19, que incluem a suspensão de voos oriundos do Brasil, do Chile e do México.

As novas medidas vão entrar em vigor às 00:00 de sábado (03:00 em Lisboa) e por tempo indeterminado, de acordo com a decisão administrativa já publicada no Boletim Oficial.

“Serão suspensos os voos provenientes de Brasil, Chile e México. Os viajantes deverão fazer um teste ao embarcar, outro ao chegar e outro no sétimo dia depois da chegada. Os positivos, farão ainda um teste de sequência genómica, junto com os contactos próximos, e cumprir isolamento onde as autoridades indicarem. Os testes e as estadas estarão a cargo do passageiro”, indicou.

A suspensão de voos com origem no Brasil, no Chile e no México soma-se à proibição anterior de voos oriundos do Reino Unido e da Irlanda do Norte. Todos países com maciça circulação das variantes mais contagiosas e letais.

Atualmente, a fronteira aérea só está aberta a argentinos e residentes que regressam do exterior. Turistas estrangeiros já não podiam entrar no país desde 25 de dezembro.

As fronteiras, terrestre e marítima, já estavam fechadas a todos, inclusive aos argentinos. O único canal aberto é o aeroporto internacional de Ezeiza, em Buenos Aires.

Para entrar no país, os argentinos precisavam de um exame PCR negativo até 72 horas antes do voo. A partir de agora, serão necessários pelo menos outros dois exames, pagos pelo passageiro, ao chegar ao país. Um segundo exame à chegada e um terceiro no sétimo dia, mas as autoridades poderão exigir mais exames até se obter um resultado negativo.

Se o exame for negativo, o viajante deverá ficar isolado no domicílio particular por dez dias, durante os quais será monitorizado. Essa quarentena só terminará se um posterior exame der negativo. Quem violar o isolamento será punido criminalmente.

Caso o exame seja positivo, o viajante será encaminhado para uma quarentena de, pelo menos, dez dias num hotel a ser designado pelas autoridades. Se o passageiro chegar acompanhado, todos os contactos estreitos deverão seguir o mesmo isolamento.

Durante esses dias de confinamento, os infetados serão submetidos a um teste de PCR especial, dessa vez para detetar se possuem algumas das variantes detetadas no Brasil, na África do Sul ou no Reino Unido.

Os exames e as estadas no hotel serão pagos na totalidade pelos infetados.

O Departamento de Migrações argentino calculou que cerca de 27 mil argentinos estão no exterior como turistas, 7.500 desses no Brasil, considerado o maior temor para os países vizinhos.

Com 45 milhões de habitantes, a Argentina registou 55.092 mortos e 2.278.115 de casos desde o início da pandemia.

Nas últimas 24 horas, as autoridades argentinas contaram 146 óbitos e 8.238 casos.

Apenas 1,41% dos argentinos recebeu duas doses da vacina, na campanha de vacinação iniciada em 29 de dezembro, sendo que 6,11% da população recebeu apenas uma dose.

LUSA/HN

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