Mais de 75 mil pessoas contactaram a Linha de Aconselhamento Psicológico desde o início da pandemia

1 de Abril 2021

Cerca de 75 mil pessoas ligaram para a Linha de Aconselhamento Psicológico do SNS 24 desde que foi criada, há um ano, e cujo contrato foi prolongado por mais três anos, revelou à Lusa o presidente da SMPS.

O serviço de aconselhamento psicológico, que está integrado na linha telefónica do SNS 24 (808 24 24 24), foi criado no dia 01 de abril de 2020, um mês depois do início da pandemia de Covid-19 em Portugal, para dar apoio às preocupações e desafios psicológicos dos utentes e dos profissionais de saúde.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Luís Goes Pinheiro, fez um balanço “muito positivo” deste serviço que atendeu num ano cerca de 75 mil pessoas, das quais quase seis mil eram profissionais de saúde.

Ao longo deste ano, ficou demonstrado “todas as razões que motivaram a instalação desta linha e a sua operacionalização”, disse Luís Goes Pinheiro, adiantando que no passado dia 15 de março se iniciou “a execução do novo contrato de exploração da linha SNS24”.

O novo contrato contém também a componente de aconselhamento psicológico nos moldes em que é prestado, ficando assim garantido o seu funcionamento “durante os próximos três anos, pelo menos”, salientou.

A iniciativa juntou na altura três entidades: a SPMS, a Fundação Calouste Gulbenkian, que financiou o arranque inicial da linha, e a Ordem dos Psicólogos Portugueses que deu o seu contributo científico para “a robustez científica da linha”.

“Estas três entidades juntaram-se também com o apoio da Direção-Geral da Saúde e do INEM num conselho consultivo que permitiu garantir que esta linha se enquadrava no contexto das respostas em matéria de saúde mental”, disse o presidente da SPMS.

Ao fim de um ano, salientou, “podemos dizer que tem sido um sucesso porque, acima de tudo, as pessoas têm procurado esta linha e têm obtido respostas”.

“Os meses em que houve maior procura da linha coincidiram curiosamente com os períodos de picos que tivemos na pandemia”, observou.

Outubro foi o mês com “maior procura”, seguido de abril do ano passado, após o lançamento do serviço numa altura em que o país vivia “ainda um período de grande incerteza quanto à pandemia” e decorria o primeiro confinamento.

“No primeiro confinamento as pessoas tinham muita ansiedade, muito stress, muitas dúvidas também quanto ao seu futuro, designadamente, profissional e, portanto, houve de facto uma procura da linha motivada pelo choque inicial do embate com a pandemia”, apontou.

Voltou a sentir-se uma “maior procura em outubro” quando ocorreu a segunda vaga da pandemia e o crescimento do número de casos de Covid-19 gerou “uma intranquilidade nas pessoas que resultou nesta maior procura de apoio da linha do aconselhamento psicológico”, situação que se verificou novamente em janeiro de 2021 quando ocorreu a terceira vaga.

Apesar desta linha não estar pensada para vigorar apenas durante o período de pandemia, afirmou, “verificou-se efetivamente que esta realidade da pandemia da Covid-19 trouxe uma procura especial desta linha e, portanto, justificou-se de forma absolutamente plena a criação da linha neste contexto”.

A linha de aconselhamento psicológico, que está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana e que conta com 50 a 100 profissionais, um número que vai variando conforme a procura do serviço, enquadra-se na estratégia nacional de saúde mental.

A Covid-19 matou em Portugal 16.848 pessoas dos 821.722 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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