Miguel Albuquerque garante polémica da vacinação não condiciona regresso das aulas presenciais no 3º ciclo

9 de Abril 2021

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, assegurou esta sexta-feira que a polémica em redor da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 não vai condicionar o reinício das aulas presenciais no 3º ciclo, previsto para segunda-feira.

“Não [condiciona] porque estamos a vacinar. Temos a Pfizer e, na segunda-feira, será a abertura do 3º ciclo com todos os professores vacinados e, na próxima semana, vamos concluir os 20 mil testes aos alunos”, disse o governante.

Miguel Albuquerque falava à margem da visita que efetuou hoje ao Hospital Particular da Madeira, unidade de saúde do Grupo HPA Saúde.

O líder do executivo madeirense disse ainda que os professores que se recusaram a receber a AstraZeneca, devido à polémica criada em torno dessa vacina, poderão ser vacinados com a Pfizer.

“Houve um conjunto residual de professores que, por razões de doença ou outras completamente justificadas, não foi administrada a vacina. E houve um grupo, também pequeno, que, na sua liberdade de decisão e que nós temos que respeitar, recusaram. Nós aceitamos, depois vamos integrá-los e tudo vai correr bem, não há nenhum drama sobre isso”, concluiu.

Por seu lado, o secretário regional da Saúde e da Proteção Civil, Pedro Ramos, adiantou que a região vai continuar com o seu Plano de Vacinação e que, em junho, receberá 40 mil vacinas da Johnson & Johnson.

“Das 54 mil vacinas já administradas tivemos apenas 1,9% de recusas”, adiantou.

A autoridade de saúde da Madeira decidiu na quinta-feira, seguindo as recomendações da Direção-Geral da Saúde, que a vacina da AstraZeneca só será administrada na região “a pessoas com mais de 60 anos”.

“A Direção Regional de Saúde informa que a vacinação contra a covid-19 na Região Autónoma da Madeira irá implementar as recomendações emanadas, no dia de hoje [quinta-feira], pela Direção-Geral da Saúde, ‘task-force’ da vacinação contra a Covid-19 e Autoridade Nacional do Medicamento [INFARMED]”, lê-se numa nota.

Na nota, a autoridade de saúde da Madeira refere ainda que essa decisão “não terá impacto no programa de vacinação contra a Covid-19 agendado para os próximos dias”.

As autoridades de saúde portuguesas recomendaram na quinta-feira a administração da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 em pessoas acima dos 60 anos de idade, seguindo a decisão de mais de uma dezena de países, que introduziram também restrições etárias.

A Madeira registou na quinta-feira 24 novos casos de infeção por SARS-CoV-2, todos de transmissão local, e 29 pessoas que recuperaram da Covid-19, não existindo doentes internados em cuidados intensivos.

A região passa a contabilizar, desde 16 de março de 2020, um acumulado de 8.535 casos confirmados de Covid-19, 8.127 recuperados e um total de 71 óbitos associados à doença.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.903.907 mortos no mundo, resultantes de mais de 133,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.904 pessoas dos 826.327 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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