Empresas dos EUA enfrentam dificuldades para recrutar trabalhadores

5 de Junho 2021

As contratações nos Estados Unidos aumentaram em maio, mas as empresas estão a enfrentar dificuldades para recrutar mão-de-obra suficiente para dar resposta à rápida recuperação económica da recessão provocada pela pandemia da covid-19.

A economia norte-americana criou cerca de 559 mil empregos no último mês, adiantou sexta-feira o Departamento do Trabalho, uma melhoria em relação ao lento aumento de 278 mil postos de trabalho gerados abril.

Esse crescimento permitiu reduzir a taxa de desemprego de 6,1% para os 5,8%, segundo noticia a agência Associated Press, mas ficou muito aquém das necessidades de mão-de-obra dos empregadores.

O ritmo da recuperação económica, impulsionada pela substancial ajuda federal da administração de Joe Biden e pela vacinação crescente contra a covid-19, está a fazer com que as empresas pretendam contratar de forma imediata, mas muitos desempregados que resultaram da pandemia pretendem, agora, empregos com maior rendimento.

Além disso, o apoio atribuído pela administração norte-americana de 300 dólares por semana (cerca de 246 euros), a juntar ao subsídio regular atribuído pelo respetivo estado, faz com que muitos norte-americanos sem emprego estejam a considerar várias opções, como a reforma antecipada.

Estas são algumas das razões para a desaceleração das contratações em abril, mês em que as empresas criaram muito menos empregos do que os economistas tinham previsto e muito menos do que os contratados em março.

Economistas preveem que, provavelmente, esta tendência se manterá até o início do outono, quando as escolas reabrirem, a pandemia terá enfraquecido e os apoios federais ao desemprego terminarão.

“Há uma lacuna entre a economia e o mercado de trabalho”, disse Nela Richardson, economista-chefe da empresa ADP, para quem a criação de emprego em maio é mais “fraca do que se poderia esperar, tendo em conta o forte crescimento económico”.

O relatório do emprego de maio aponta uma série de sinais de que as empresas estão a se esforçar para contratar mão de obra, como é o caso da remuneração média por hora que aumentou pelo segundo mês consecutivo, especialmente no setor do lazer e hotelaria, que inclui restaurantes, bares, hotéis e parques de diversões.

Os salários por hora de todos os trabalhadores dessa indústria, exceto gerentes, foram 6,4% mais altos em maio em comparação com os níveis pré-pandemia.

No entanto, muitos desses empregos ainda são mal remunerados e não atraem muitos americanos, como é o caso de Marcellus Rowe, que está desempregado desde novembro de 2019, quando ganhava 16 dólares por hora (cerca de 13 euros).

Segundo este norte-americano, os empregos disponíveis apresentam remunerações de nove ou 10 dólares por hora (cerca de sete ou oito euros) para trabalhar em restaurantes e pequenas lojas, um montante que não é suficiente para cobrir o seu aluguer mensal de cerca de mil dólares (cerca de 821 euros).

“Vou continuar a procurar um trabalho adequado”, disse Marcellus Rowe à Associated Press, que se recusou a “contentar com um trabalho inadequado que paga salários baixos”.

O secretário do Trabalho, Marty Walsh, considerou hoje que as reclamações das empresas sobre o apoio federal desemprego são “uma distração”, garantindo que o número de pessoas que se candidatam a este mecanismo está a cair constantemente.

LUSA/HN

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