Em entrevista à agência Lusa, à margem da XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre em Luanda, Zacarias da Costa, que hoje toma posse como secretário-executivo, mostrou-se entusiasmado com as novas funções, num contexto de uma aposta dos Estados-membros na mobilidade e na economia, um vetor que é considerado prioritário por Angola, que irá presidir à organização.
O acordo, que deverá ser hoje assinado na cimeira, prevê que cada país possa avançar ao seu ritmo na abertura à circulação de cidadãos da CPLP, dando prioridade, nuns casos a estudantes ou empresários, mediante as condicionantes impostas pela sua própria legislação ou pelas organizações regionais a que pertence, como é o exemplo de Portugal na União Europeia.
O grande “desafio” será “ajudar os estados-membros a operacionalizar o acordo que vier a ser aprovado na Cimeira de Luanda, a convenção da mobilidade”, procurando “seguir as orientações dos Estados-membros no sentido de perspetivar que caminhos é que será possível seguir em relação à questão do reforço da cooperação económica e empresarial”, afirmou o timorense Zacarias da Costa, que sucede ao português Francisco Ribeiro Telles.
“Quero dizer que encontro a CPLP em melhor situação do que imaginava. Financeiramente, devo dizer que a situação mudou bastante nos últimos meses com mais países a cumprirem com as suas obrigações”, acrescentou, comentando o trabalho do seu antecessor.
“Mas terei outros desafios: o desafio de gerir uma organização que irá se calhar ter quase um terço do seu pessoal novo”, a que se soma “obviamente a necessidade de uma reestruturação” do secretariado que irá exigir “um trabalho mais árduo, de forma a poder corresponder aos desafios que se apresentam nos próximos tempos”.
Na sucessão de Ribeiro Telles, Zacarias da Costa comprometeu-se em acentuar as parcerias e as relações de cooperação com as organizações regionais que integram cada um dos nove Estados-membros que compõem a CPLP.
A pandemia da covid-19 “exige também uma solução que venha de todos”, pelo que a “cooperação nessa área da saúde é importantíssima para o diálogo entre os Estados-membros por forma a encontrar soluções que possam satisfazer todos”.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
LUSA/HN
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