“Apesar dos indiscutíveis avanços que temos registado no combate à presente pandemia, sobretudo na sequência do sucesso da campanha de vacinação, a respetiva situação epidemiológica aconselha que se deva manter um robusto nível de medidas preventivas”, defende a instituição em comunicado enviado à agência Lusa.
A fundação sustenta que a variante Delta, com uma capacidade de contágio 60% superior à anterior, e o conhecimento de que a vacina não tem eficácia suficiente para impedir totalmente, quer a infeção, quer a transmissão do vírus, justificam medidas acrescidas.
A instituição destaca também como fatores “não tranquilizadores” a elevada incidência de casos (310 por 100.000 habitantes, com uma média de 2.317 novos casos diários na última semana), um nível elevado de casos ativos (45.542) e um nível de mortalidade “ainda muito expressivo” (média diária de 11 óbitos na última semana), a par dos níveis de hospitalização, quer em enfermaria, quer em cuidados intensivos (733 e 151, respetivamente).
“É prematuro considerar o fim da obrigatoriedade do uso da máscara de proteção respiratória nos espaços públicos exteriores sempre que a distância social de segurança não esteja garantida. No mesmo sentido é nossa opinião que o uso de máscara deverá continuar a ser obrigatória em todos os espaços públicos interiores”, defende a Fundação Portuguesa do Pulmão.
“A decisão de liberalizar o uso de máscara só deve ser considerada quando sairmos da quarta onda epidémica, quando tivermos uma maior percentagem da população totalmente vacinada (a tão almejada imunidade de grupo) e os marcadores epidemiológicos da infeção pelo SARS-Cov-2 evidenciarem um mais seguro controlo da pandemia”, acrescenta.
A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou no dia 19 que a decisão sobre o uso de máscara na rua é uma competência da Assembleia da República.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu na semana passada o fim do uso obrigatório da máscara só em meados de setembro e apelou aos jovens para se vacinarem contra a covid-19 antes do início do ano letivo.
A covid-19 provocou pelo menos 4.472.486 mortes em todo o mundo, entre mais de 214,5 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.711 pessoas e foram contabilizados 1.033.165 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
LUSA/HN
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