Entrevistas

Dra. Marta Soares: Doentes com cancro do pulmão estão a chegar aos hospitais em estadios mais avançados

A pandemia está a cobrar um preço adicional no que diz respeito ao cancro do pulmão. Especialmente durante o confinamento de 2020, grande parte da atenção dos cuidados de saúde primários esteve direcionada para os doentes Covid e, por outro lado, as pessoas evitaram o contacto com os serviços de saúde devido ao medo de contágio. Marta Soares, diretora clínica do IPO do Porto, assinala que embora a situação tenda a normalizar-se, os doentes com cancro do pulmão estão a chegar aos hospitais em estadios mais avançados e alerta para a necessidade de uma vigilância apertada dos fumadores.

Óscar Ribeiro: “O ofatumumab veio trazer a possibilidade de uma utilização precoce de terapêuticas com elevada eficácia”

A Esclerose Múltipla é uma doença auto-imune que afeta principalmente jovens adultos. Trata-se de uma patologia progressiva e incapacitante para a qual o desenvolvimento de terapêuticas inovadoras é essencial. Em entrevista ao HealthNews, o Diretor Médico da Novartis destacou a recente aprovação de financiamento do Kesimpta (ofatumumab) por parte do Infarmed. Segundo Óscar Ribeiro este medicamento traduz-se numa “arma determinante para alterar a evolução destes doentes”.

Filipe Froes: “A chegada de refugiados pode criar condições para um ressurgimento de nova atividade pandémica”

Segundo o especialista “o cenário de uma sexta vaga tem de ser contemplado”. Em entrevista ao nosso jornal, Filipe Froes deixa críticas à forma como está a ser encarada a pandemia, lamentando a menor vigilância e os atrasos na partilha de informação dos relatórios semanais. Questionado sobre o impacto que a baixa taxa de vacinação dos cidadão ucranianos pode ter a nível nacional, o infeciologista admite que esse é “mais um sinal” que justifica “mantermos a vigilância e a monitorização”. Caso não seja feita essa “avaliação”, podermos assistir a “um ressurgimento de nova atividade pandémica”.

Operação Nariz Vermelho: 20 anos a aliviar a dor de crianças hospitalizadas

Operação Nariz Vermelho: 20 anos a aliviar a dor de crianças hospitalizadas

“Se pensarmos sobre a criança hospitalizada, a partir do momento em que entra no hospital, perde direitos. Perde a escola, perde os amigos, perde a força, perde a vitalidade para brincar. Ela está ali a perder e deixa de poder comandar a vida. Eu acho que o que o Doutor Palhaço dá é esse empoderamento à criança.”

Carlos Aguiar: “Há claramente diferenças na tolerância aos IECA por comparação com os ARA”

Depois de analisar os resultados do estudo “Comparative First-Line Effectiveness and Safety of ACE (Angiotensin-Converting Enzyme) Inhibitors and Angiotensin Receptor Blockers”, o médico cardiologista, Carlos Aguiar, destacou os contributos dos antagonistas dos recetores da angiotensina (ARA) no tratamento da hipertensão arterial. O especialista assegura que há diferenças significativas no que toca à segurança e tolerância entre esta classe terapêutica e os Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA). “Claramente os IECA aumentaram o risco de angioedema, tosse, pancreatite aguda e de hemorragia digestiva”, refere.

Luís Brito Avô: “Apenas 40% dos doentes raros atinge a idade adulta”

Luís Brito Avô: “Apenas 40% dos doentes raros atinge a idade adulta”

Ser um doente raro em Portugal pode ser muito complicado. Apesar de nos últimos anos se terem verificado melhorias nos indicadores de diagnóstico, as doenças raras continuam a ser um fator de elevada incapacidade. Luís Brito Avô, especialista na área, alerta que menos de metade dos doentes portadores de doença rara atingem a idade adulta, tornando-se numa “das principais causas de mortalidade infantil”. Questionado sobre quais as medidas que podem melhorar o cenário dos doentes, o médico destaca o investimento em equipamentos de diagnóstico e a melhor comunicação entre geneticista e clínico. 

Operação Nariz Vermelho: 20 anos a aliviar a dor de crianças hospitalizadas

Operação Nariz Vermelho: 20 anos a aliviar a dor de crianças hospitalizadas

“Se pensarmos sobre a criança hospitalizada, a partir do momento em que entra no hospital, perde direitos. Perde a escola, perde os amigos, perde a força, perde a vitalidade para brincar. Ela está ali a perder e deixa de poder comandar a vida. Eu acho que o que o Doutor Palhaço dá é esse empoderamento à criança.”

Andrea Zanetti: “Pandemia trouxe desafios no que respeita à conciliação entre a vida pessoal e profissional”

Andrea Zanetti: “Pandemia trouxe desafios no que respeita à conciliação entre a vida pessoal e profissional”

De acordo com o General Manager da Angelini Pharma Portugal, “a procura por locais de trabalho em que as pessoas conseguem um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional” é, atualmente, uma prioridade por parte dos trabalhadores. Andrea Zanetti salienta que o chamado “salário emocional” veio a ser impulsionado pela pandemia. A Angelini Pharma recebeu pela terceira vez consecutiva o reconhecimento de “Top Employer” em Portugal. Para o dirigente da companhia é uma prioridade que “todos os que trabalham connosco se sintam apoiados e valorizados”.

Miguel Botton: “Muitos doentes apareceram na consulta de mão e punho com queixas relacionadas com o teletrabalho”

Miguel Botton: “Muitos doentes apareceram na consulta de mão e punho com queixas relacionadas com o teletrabalho”

As medidas implementadas durante a pandemia resultaram em mais doentes com problemas nas articulações. Segundo Miguel Botton, Membro da Unidade do Punho e Mão do Hospital CUF Descobertas, “a postura menos correta durante a atividade laboral fez com que surgissem algumas questões relacionadas a um processo inflamatório tendinoso”. Apesar deste aumento, o especialista esclarece que o tratamento de primeira mão passa por medicação, reabilitação, fisioterapia e infiltrações. Cirurgia só “quando o tratamento conservador falha”.

Carlos Rabaçal: “Os ARA II são muito seguros e bem tolerados”

Foi esta a principal conclusão que o especialista, Carlos Rabaçal, destacou num comentário a uma metanálise divulgada recentemente sobre a ação antihipertensora de antagonistas dos receptores da angiotensina II (ARA II) em doentes hipertensos japoneses.

Prof. Doutor Hélder Novais e Bastos:   “Tumores com translocação no ALK têm elevada predisposição para o desenvolvimento de metastização cerebral”

Prof. Doutor Hélder Novais e Bastos: “Tumores com translocação no ALK têm elevada predisposição para o desenvolvimento de metastização cerebral”

“Estima-se que em cerca de 40% dos doentes com carcinoma pulmonar de não pequenas células exista já o envolvimento do sistema nervoso central no momento do diagnóstico ou durante o curso da doença”, refere o pneumologista Hélder Novais e Bastos, do Centro Hospitalar e Universitário de São João. “No caso dos tumores ALK positivos, a percentagem é de 20 a 30% no momento do diagnóstico”

Joana Gonçalves: “Não devemos desistir dos nossos sonhos só por causa da dislexia”

Tem 22 anos e o seu maior sonho sempre foi frequentar o ensino superior. Joana Gonçalves tem dislexia – uma disfunção neurológica que dificulta a sua aprendizagem. Apesar de “muita gente” ter dito que não seria capaz, hoje, a aluna de Comunicação e Media, da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria, conta como é viver na pele os desafios da dislexia. “Nunca tive o apoio de nenhum psicólogo especializado em dislexia na escola”, lamenta.

Guilherme Macedo: “Queremos reforçar a importância das alterações climáticas no âmbito da saúde digestiva”

Guilherme Macedo: “Queremos reforçar a importância das alterações climáticas no âmbito da saúde digestiva”

Eleito presidente da Organização Mundial de Gastroenterologia, Guilherme Macedo considera que a sua nomeação representa “o reconhecimento da comunidade internacional do papel que os gastroenterologistas portugueses têm tido”, traduzindo-se, assim, numa “uma prova de confiança”. Esta é a primeira vez que um português representa esta especialidade com o propósito de melhorar a saúde digestiva da população. Em entrevista ao nosso jornal o dirigente admite que durante o seu mandato irá reforçar, dentro da comunidade científica, a ideia de como as alterações climáticas interferem na saúde digestiva.

DGS recomenda vacina anti-pneumocócica para todas as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos

Em novembro, a Direção-Geral da Saúde procedeu a uma atualização da Norma 011/2015, recomendando a vacina polissacárida contra a infeção pelo Streptococcus pneumoniae de 23 serotipos para todos os adultos com idade igual ou superior a 65 anos, mesmo sem doença crónica associada. Rui Costa, especialista em Medicina Geral e Familiar e ex-coordenador do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da APMGF (GRESP), alerta que muitos profissionais de saúde desconhecem esta atualização, bem como a alteração, em setembro, do regime excecional de comparticipação, que passou de 37 para 69%: “frequentemente, a forma como a nova informação é divulgada em Portugal ainda é insuficiente. Isso pode gerar iniquidade e assimetria na aplicabilidade quer das normas, quer deste benefício adicional”.

Prof. Doutor Hélder Novais e Bastos: Biobanco Fibralung vai divulgar resultados em 2022

O grande desconhecimento que ainda existe sobre a doença fez com que a fibrose pulmonar se tornasse, nos últimos anos, numa das principais razões para transplante do pulmão. O objetivo do biobanco Fibralung é melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos doentes, refere Hélder Novais e Bastos, pneumologista do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto . Os resultados das análises recolhidas pelo biobanco vão ser divulgados publicamente no próximo ano.

Prof. Manuel Carrageta: “A decisão da terapêutica anti-hipertensiva deve ser feita em função do risco global”

Prof. Manuel Carrageta: “A decisão da terapêutica anti-hipertensiva deve ser feita em função do risco global”

Desafiado pelo HealthNews a comentar aquela que foi a maior e mais detalhada investigação sobre os efeitos do tratamento anti-hipertensivo na diminuição de eventos cardiovasculares, o Prof. Manuel Carrageta admite que “talvez não estejamos no bom caminho quando definimos níveis mínimos ou máximos para começar a tratar a hipertensão”. Segundo o cardiologista o estudo coordenado pela Universidade de Oxford demonstra que uma redução de 5 mmHg da pressão sistólica traz grandes ganhos na diminuição do número de AVC, enfartes do miocárdio e de doentes com Insuficiência Cardíaca. Por outro lado, o especialista aponta que o uso de fármacos em associações fixas pode ser vantajoso para combater aquele que considera o grande “flagelo de saúde pública”, a HTA.

Presidente da AUSVFX: “Temos uma unidade de saúde que não responde às necessidades dos seus utentes”

Presidente da AUSVFX: “Temos uma unidade de saúde que não responde às necessidades dos seus utentes”

A falta de consultas e médicos de família levaram a que milhares de doentes de Vila Franca de Xira vissem privado o seu direito aos cuidados de saúde. Insatisfeitos com a resposta dada pela USF, vários residentes e utentes decidiram avançar com a criação da Associação de Utentes de Saúde de Vila Franca de Xira (AUSVFX). Em entrevista ao nosso jornal, Inês Capucha Valério, dirigente da associação, garante: “Não somos um sindicato (…) queremos ser uma ponte entre a população e os serviços de saúde”.

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