A programação foi avançada em declarações à Lusa pelo diretor-geral da TICV, Luís Quinta, que explicou que o “voo inaugural”, entre a capital cabo-verdiana e a ilha do Fogo (São Filipe), com retorno à Praia, em 30 de junho, já tem uma ocupação de 40%.
“Nesta fase da retoma contamos fazer 34 voos semanais durante o mês de julho e esperamos aumentar gradualmente em agosto, isto assumindo que neste espaço de tempo irão abrir as ligações internacionais, onde se espera um fluxo maior de passageiros”, acrescentou o responsável da companhia, a única que opera as ligações aéreas domésticas no arquipélago.
Segundo Luís Quinta, no mesmo período de 2019, a TICV (ex-Binter CV) realizou 120 (julho) a 182 voos (agosto).
“Sem dúvida é uma grande diferença. O escalonamento da nossa programação comercial foi feito de forma a que qualquer reforço da mesma possa ser efetuado de forma célere e sem perturbações aos passageiros”, assumiu ainda.
A perspetiva é que em novembro “já se consiga ter uma programação muito similar ao mesmo período de 2019”.
O estado de emergência em Cabo Verde, declarado pela primeira vez no país pelo Presidente da República, entrou em vigor em 29 de março (depois de mais de uma semana de estado de calamidade) para, entre outras medidas, suspender todas as ligações, marítimas e aéreas, entre as ilhas, tentando assim evitar a transmissão da doença.
Apesar de ter sido progressivamente levantado nas diversas ilhas entre o final de abril e 29 de maio (voltando ao estado de calamidade pública), as ligações aéreas interilhas só serão retomadas no final de junho, medida preventiva decidida pelo Governo cabo-verdiano.
“Para a retoma dos voos, além de implementar as novas medidas sanitárias necessárias, a TICV vai fazer um simulacro operacional no dia 25 de junho, com a participação de várias entidades. O objetivo é assegurar que as novas medidas garantem uma operação segura, prática e sanitariamente eficaz, desde o momento que o passageiro entra no aeroporto até ao momento em que sai”, anunciou Luís Quinta.
Estas alterações, explicou, são idênticas às “medidas internacionais recomendadas” pelas agências internacionais do setor, IATA e a ICAO, tendo sido aprovadas pela Agência de Aviação Civil de Cabo Verde.
Durante os estados de calamidade publica e de emergência, a TICV fez 62 voos em missão de evacuação médica e três voos de ligação para repatriamento de cidadãos estrangeiros, tendo transportado cerca de 800 passageiros.
A TICV investiu nos últimos quase cinco anos 13 milhões de euros nas ligações aéreas cabo-verdianas, empregando 140 pessoas.
A companhia realizava, na época alta, até 28 voos diários nas ligações entre as ilhas cabo-verdianas e atingiu em 2019 um milhão de passageiros transportados em Cabo Verde.
Antes da suspensão, as ligações aéreas de passageiros para sete ilhas do arquipélago eram garantidas pela TICV com nove rotas operadas por três ATR-72 500, com capacidade para 72 passageiros.
Cabo Verde regista um acumulado de 944 casos de covid-19 desde 19 de março, com oito óbitos, mas 388 já foram dados como recuperados.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 468 mil mortos e infetou quase 9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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