Oito conselhos para controlar a diabetes no verão

16 de Julho 2020

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) partilhou esta quinta-feira oito conselhos  práticos para que os doentes possam aproveitar o verão de forma segura. A iniciativa visa alertar para a necessidade da adoção de cuidados especiais nesta altura do ano devido ao “impacto que as temperaturas elevadas podem ter nas oscilações das glicemias”.

De acordo com o diretor clínico da APDP, João Filipe Raposo, “o verão é uma época em que todas as pessoas precisam de adotar cuidados especiais para evitarem complicações de saúde. As pessoas com diabetes devem seguir com extrema atenção estes cuidados, particularmente pelo impacto que as temperaturas elevadas podem ter nas oscilações das glicemias.”

O especialista alerta, ainda, que em alguns casos pode ser “necessário ajustar a medicação e aumentar a frequência da realização da medicação de açúcar no sangue”.

É neste sentido que a APDP recomenda aos doentes que durante esta época de calor consumam entre 1,5 a 2 litros de água por dia, de maneira a manter o corpo hidratado. “O calor em excesso pode tirar o apetite e, com a ação da insulina, poderá aumentar o risco de hipoglicemia. Em contrapartida, a desidratação pode levar à hiperglicemia que agrava ainda mais a desidratação”.

Por sua vez, os especialistas recomendam uma alimentação saudável e equilibrada, rica em nutrientes; evitar o excesso de exposição solar no horário de pico em que o calor esta mais intenso (entre as 10h00 e as 16h00) e a administração insular nas zonas do corpo que estejam frequentemente expostas ao sol, uma vez que a velocidade de absorção aumenta.

É recomendada que sejam feitas caminhadas, corridas ao ar livre, passeios de bicicleta, natação e dança. No entanto, sublinham que é necessário descansar e dormir bem.

“A medicação, via oral e/ou através de insulina não deve sofrer qualquer tipo de exposição direta ao sol ou estar em cenários em que sobreaqueça em demasia, como por exemplo no porta-luvas do carro. Além disso, a insulina, quando está a ser utilizada, deve ser conservada a temperaturas inferiores a 25-30º”

Por último a APDP avisa que é necessário apostar em cuidados redobrados com os pés, “se existirem alterações de sensibilidade no pés, os cuidados devem ser redobrados sendo necessário evitar o calçado aberto, usar proteção dentro de água, evitar ter os pés molhados durante muito tempo, as meias não devem ter costuras internas,  utilizar meias de algodão para facilitar a respiração da pele e sem costuras internas”

Em caso de viagem, os doentes devem levar consigo “uma caixa de primeiros socorros com medicação para enjoo, vómitos, diarreia, desidratação, alergia, febres e dores de cabeça”. Estas pessoas devem levar ainda “um cartão em língua inglesa e do país a visitar informando que tem diabetes e as atitudes a tomar em caso de hipoglicemia (fornecido na APDP).”

Durante este período, além dos cuidados e organização de materiais, a APDP relembra a importância de as pessoas com diabetes terem extrema atenção com as regras de segurança e distanciamento social devido à pandemia da COVID-19.

“É fundamental relembrar que as pessoas com diabetes têm maior risco de morbilidade e de mortalidade  após infeção por SARS-Cov-2. Neste sentido, os cuidados com a distância física e a utilização de máscara são medidas fundamentais” reforça João Filipe Raposo. A associação alerta ainda que estas medidas devem ser reforçadas em todos os locais onde há surtos de contágio.

A APDP conta ainda com a linha de apoio Diabetes (21 381 61 61), disponível das 8.00h às 20.00h, incluindo fins de semana, para ajudar nesta gestão e esclarecer as principais dúvidas.

PR/HN/Vaishaly Camões

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